Maior iceberg do mundo inicia trajetória preocupante após 3 décadas encalhado

Já imaginou um gigante de gelo três vezes maior que a cidade de Nova York navegando pelos oceanos do nosso planeta? Este cenário aparentemente surreal está ocorrendo na realidade. Foi anunciado recentemente pela British Antarctic Survey, que o maior iceberg do mundo, batizado de ”A23”, começou a se movimentar após mais de três décadas encalhado nas águas geladas da Antártida. Oque vem preocupando bastante a comunidade científica.

De acordo com informações divulgadas pelo periódico The Guardian, o iceberg se desprendeu da plataforma de gelo Filchner em 1986. No entanto, foi somente agora que iniciou sua trajetória para além da ponta norte da Península Antártica, impulsionado pelas correntes marítimas e fortes ventos.

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A trajetória do A23a e qual o motivo de preocupação?

A explicação para o movimento repentino do A23a, segundo o glaciologista Oliver Marsh, está relacionada a fatores naturais e climáticos específicos. “Com o tempo, provavelmente diminuiu ligeiramente e adquiriu um pouco de flutuabilidade extra que lhe permitiu levantar-se do fundo do oceano e ser empurrado pelas correntes oceânicas”, disse Marsh.

Analisando a atual trajetória do gigante de gelo, cientistas acreditam que ele pode estar seguindo para a região conhecida como “beco dos icebergs”, caracterizada pela presença frequente de grandes blocos de gelo.

Quais são as possíveis consequências deste movimento?

Após passar pelo “beco dos icebergs”, o A23a pode tomar rumo para a ilha da Geórgia do Sul, um território ultramarino do Reino Unido. Isso representa um potencial risco ambiental para a fauna local, já que a presença do iceberg poderia bloquear o acesso de diversas espécies ao mar aberto.

Se o iceberg continuar a se deslocar, ele pode chegar até às proximidades da África do Sul, onde pode representar uma ameaça para o transporte marítimo, de acordo com Marsh. “Um iceberg desta escala tem potencial para sobreviver durante muito tempo no Oceano Antártico, apesar de ser muito mais quente, e poderia avançar mais para o norte”, complementou o glaciologista.

Este evento realça o quanto ainda temos a aprender sobre os fenômenos naturais e as complexas interações entre o oceano e as massas de gelo. Também serve como um lembrete sobre a importância de monitorar e estudar mudanças climáticas e ambientais que possam ter impactos significativos em diversas regiões ao redor do mundo.