Inundações no RS: Trauma e sofrimento além da perda material

A dor que vai além da destruição: o impacto das inundações na saúde mental
As imagens de casas devastadas pelas inundações no Rio Grande do Sul são de cortar o coração. Mas, além da destruição física, a tragédia também provocou um sofrimento imenso na saúde mental das vítimas.

Para muitas pessoas, perder seus pertences materiais significa perder parte de sua história, de suas memórias e de sua identidade. “É como se a minha vida, as minhas memórias materiais, as lembranças dos meus filhos, dos meus nascimentos, tudo tivesse sido levado embora”, desabafa o psicólogo Christian Haag Kristensen, coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (NEPTE/PUC-RS).

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O trauma da perda e a incerteza do futuro

A sensação de desamparo e impotência diante da força da natureza é devastadora. O medo, a ansiedade e a tristeza são reações comuns entre os sobreviventes. “É um trauma que vai muito além da perda material”, explica Kristensen. “As pessoas estão perdendo suas casas, seus trabalhos, seus meios de subsistência. Elas não sabem quando poderão voltar para suas vidas normais, e isso gera um sofrimento imenso.”

A importância do apoio psicológico

Nesse momento tão difícil, o apoio psicológico é fundamental para ajudar as vítimas a lidar com o trauma e reconstruir suas vidas. “É importante que as pessoas busquem ajuda profissional, se precisarem”, diz o psicólogo. “Existem diversos serviços gratuitos disponíveis à população.”

Comunidade e resiliência: a força para superar o trauma deixado pelas inundações

Além do apoio profissional, a comunidade também tem um papel importante na recuperação das vítimas. A solidariedade e o apoio mútuo entre os sobreviventes podem ajudar a amenizar o sofrimento e fortalecer a esperança.

A história das inundações no RS é um lembrete de que os desastres naturais não causam apenas danos físicos. Eles também provocam um sofrimento imenso na saúde mental das vítimas. É preciso estar atento a esse impacto e oferecer o apoio necessário para que as pessoas possam superar o trauma e reconstruir suas vidas.