Brasil enfrentará verão mais quente de 125 mil anos por causa do El Niño, alerta OMM
Se você está sofrendo com calor extremo, prepare-se, a situação deve ficar ainda mais quente nos próximos meses. E não é para menos, pois o Brasil já vem presenciando dias de temperaturas escaldantes acima dos 40°C. Portanto, não espere por um alívio tão cedo.
Segundo os cientistas, esse aumento de temperatura tem uma explicação: o fenômeno El Niño. E ele está se aproximando do pico de sua atividade, prevista para o final do ano. Traduzindo, isso significa que as condições meteorológicas extremas vão continuar e até agravar em diversas regiões do país.
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O que o El Niño trará?
O aprofundamento da seca na Amazônia, o constante aumento das temperaturas nas regiões do Centro-Oeste e Sudeste, além de chuvas de grande intensidade no Sul. Não bastasse isso, no Nordeste, a situação é de particular preocupação com a previsão de uma severa estiagem no início de 2024.
Mas não é só o calor que preocupa. O coordenador-geral de Pesquisa e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, alerta para a falta de preparo dos governos diante desse cenário. É urgente a necessidade de ações preventivas para minimizar os efeitos dessa condição climática.
Brasil no olho do furacão climático
Marengo ressalta ainda dois pontos de atenção: o atraso do início das chuvas na Amazônia Central e os sinais de seca iminente no Nordeste. Fatores que estão transformando 2023 em um dos anos mais impactados por extremos climáticos simultâneos no Brasil. Estamos enfrentando ondas de calor no Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste, além da seca no Norte e precipitações intensas no Sul.
Como se não bastasse, a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) acrescenta mais uma preocupação: este poderá ser o ano mais quente dos últimos 125 mil anos. A declaração foi feita durante o evento ”Crise climática e desastres como consequência do El Niño 2023-2024: impactos observados e esperados no Brasil”, realizado no Rio de Janeiro, na semana passada.
A ampliação desses extremos climáticos, que normalmente ocorriam no verão durante anos de El Niño, evidencia a combinação do fenômeno com as mudanças climáticas, fenômenos que são objeto de estudos dos cientistas.
Uma previsão assustadora e um alerta para a necessidade urgente de ações efetivas de combate às mudanças climáticas.