A contaminação eterna: novos contaminantes identificados na Bacia PCJ
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A Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) é uma região de extrema importância para os 76 municípios que se abastecem de suas águas. Contudo, um recente estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encontrou, em análises amostrais, a presença de 45 novos poluentes. Esses compostos químicos, infelizmente, são apelidados de “produtos químicos eternos”, devido à sua persistência no meio ambiente e nos seres vivos, mesmo após anos do seu lançamento.
São substâncias presentes em objetos cotidianos como embalagens de fast food, utensílios de cozinha antiaderentes, maquiagens à prova d’água, roupas, adesivos e espumas de combate a incêndio, entre outros. O maior problema é que a maioria deles não é regulamentada, ou seja, não há limites máximos permitidos de concentração estabelecidos pela legislação.
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O que são esses “produtos químicos eternos” e por que a contaminação com eles é perigosa?
Esses poluentes, ao serem lançados ao ambiente, acumulam-se na água, no ar, no solo e também em nós, humanos, por meio da nossa alimentação e respiração. A ingestão ou exposição a essas substâncias pode levar a diversas complicações de saúde, desde a diminuição da fertilidade em mulheres, atraso no desenvolvimento de crianças, até risco para o desenvolvimento de alguns tipos de câncer.
Na Bacia PCJ, foram identificados pela primeira vez sete substâncias per e polifluoroalquil (PFAS) diferentes, além de pesticidas agrícolas, herbicidas, inseticidas, cafeína e Bisfenol A, um tipo de aditivo plástico potencialmente cancerígeno.

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Como estes contaminantes chegam aos nossos rios?
A Bacia PCJ é cercada por diversas cidades de pequeno porte que, muitas vezes, despejam o esgoto praticamente in natura nos rios. Além disso, cenário similar ocorre no campo, onde a água utilizada na agricultura não passa por qualquer tipo de tratamento antes de ser despejada novamente na natureza— um cenário preocupante.
Quais são as soluções para esse problema?
É preciso investir em um programa de monitoramento de nossos rios e também na melhoria dos sistemas de tratamento de esgoto. É necessário estabelecer limites máximos de concentração permitidos para esses produtos químicos eternos, para evitar o acúmulo dos mesmos em nossa água, ar, solo e até mesmo em nós mesmos.
Ao mesmo tempo, é importante repensar os produtos que utilizamos em nosso cotidiano e buscar alternativas mais ecológicas, para reduzir a quantidade de contaminantes que lançamos ao meio ambiente.
Agir agora é o caminho para garantir um futuro mais saudável para nós e para as próximas gerações.