Esgotamento mental: Como a sobrecarga de trabalho e preocupações financeiras afetam as mulheres

Uma pesquisa recente destacou a prevalência da síndrome de esgotamento, também conhecida como síndrome de burnout, entre as mulheres. Vera Nunes de Santana, 49 anos, compartilhou sua própria experiência com o esgotamento mental. Ela descreveu uma situação em que ficou “paralisada” em um supermercado. O diagnóstico? Ela estava esgotada.

Não só a sobrecarga de trabalho, dentro e fora de casa, mas também a pressão financeira e o desafio de equilibrar múltiplas responsabilidades são apontados como principais fatores que afetam a saúde emocional das mulheres no Brasil, segundo o relatório “Esgotadas”, da ONG Think Olga.

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Por que as mulheres estão tão esgotadas?

Baseado nos dados do relatório, 86% das mulheres brasileiras acreditam ter muita responsabilidade e 48% enfrentam uma situação financeira desafiadora. A pesquisa entrevistou 1.078 mulheres de 18 a 65 anos em todo o Brasil. Ainda de acordo com o relatório, metade das entrevistadas relataram sentir-se ansiosas (55%) e estressadas (49%).

Ainda mais preocupante, 45% dessas mulheres já foram diagnosticadas com ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais. Entre as entrevistadas, 68% procuraram acompanhamento médico. Vera Nunes de Santana, tendo passado por experiências semelhantes, sublinha o peso dessas expectativas. Ela descreve o julgamento e as pressões enfrentadas após tirar uma semana de licença médica.

A questão da sobrecarga de trabalho

A tendência preocupante é exacerbar pelo impacto do desemprego e o processo de feminização da pobreza. Notavelmente, o desemprego afeta mais mulheres que homens no Brasil (10,8% contra 7,2% entre homens). Esses fatores agravam as pressões financeiras, que o estudo da Think Olga identifica como a principal fonte de insatisfação para as mulheres brasileiras.

De acordo com a psiquiatra clínica e psicanalista Juliana Belo Diniz, o bem-estar das mulheres está entrelaçado com questões sociais, culturais e históricas. Vera Nunes de Santana ecoa esse ponto, expressando a frustração com a sobrecarga de expectativas colocadas sobre as mulheres.

Como lidar com o esgotamento mental?

No entanto, há uma luz no fim do túnel. Para Vera Nunes de Santana, a chave foi aprender a priorizar sua saúde física e mental. Além disso, ela encontrou alívio ao redistribuir tarefas que eram anteriormente sua responsabilidade única.

Claramente, esses resultados sugerem a necessidade de um diálogo público sobre os desafios que as mulheres enfrentam. Apesar dos avanços na igualdade de gênero, as mulheres continuam a enfrentar desafios únicos que afetam negativamente sua saúde mental.