Desvio histórico de armas no Exército leva a detenções e desmantela esquema criminoso
Militares detidos por negligência na fiscalização do armamento no Arsenal de Guerra
Dezessete militares foram presos na última quarta-feira (25) por falhas no controle e supervisão do armamento durante o período do seu desaparecimento do Arsenal de Guerra. Destes militares, alguns poderão continuar a trabalhar durante este período de sanções.
A punição, que pode durar de um a 20 dias de detenção, foi determinada em consequência de procedimentos disciplinares realizados pelo Comando Militar do Sudeste (CMSE). As medidas de correção estão a ser cumpridas nas instalações do próprio Arsenal de Guerra, não está confirmado ainda se os militares ficarão em celas. De qualquer forma, a saída do quartel estará estritamente proibida.
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Investigações em curso para mais militares
Adicionalmente, outros seis militares estão sob investigação no mesmo processo administrativo por falhas na supervisão das armas do armazém do Arsenal de Guerra. O futuro destes militares ainda está por decidir pelo Exército, em relação à possibilidade de punições.
Direta participação no crime leva a prisões preventivas
No mínimo, seis militares foram alvo de pedidos de prisão preventiva pelo Exército, por suspeitas de terem participado diretamente do furto de 13 metralhadoras calibre .50 e oito metralhadoras calibre 7,62. Até agora, a Justiça Militar ainda não deliberou sobre a questão. Entretanto, se as prisões ocorrerem, os militares serão encaminhados ao 2º Batalhão de Polícia do Exército, em Osasco. Em caso de condenação, as penas vão de um ano a quase 30 anos de prisão, se somadas.
O maior desvio de armas registado no Exército brasileiro
O Instituto Sou da Paz informa que o roubo das 21 metralhadoras é o maior desvio de armas já registrado no Exército brasileiro desde 2009. A suspeita indica que o ocorrido deveu-se ao apagão elétrico ocorrido no feriado de 7 de setembro e que prejudicou a vigilância do local.
17 das metralhadoras foram recuperadas em operações conjuntas do Exército e das polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo. O Exército agora se empenha em descobrir quais militares tinham contactos com o crime organizado para negociar a venda das armas, que foram direcionadas ao Comando Vermelho (CV), no Rio, e ao Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo.