Aumento alarmante: Denúncias de violência contra idosos disparam 47%
O índice de denúncias de violência contra pessoas idosas aumentou drasticamente durante o primeiro semestre deste ano.
De acordo com os dados do Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, houve um aumento de 47% nas denúncias em relação ao mesmo período em 2022.
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A triste realidade é que, os idosos figuram como o segundo grupo mais propenso a sofrer abusos, atrás apenas das crianças e dos adolescentes.
Não foi apenas a quantidade de denúncias que cresceu. No primeiro semestre de 2023, foram registradas 386.642 violações de direitos, como violências físicas, psicológicas, patrimoniais, sexuais, abandono e discriminação.
Esses números representam um enorme crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, que teve 223.951 casos registrados.
O que são as Violações Psicológicas?
As violações mais comuns no caso dos idosos são de natureza psicológica. Esta categoria inclui atos como agressões verbais, menosprezo ou qualquer ação que resulte no sofrimento emocional ou diminua a autoimagem e autoestima da pessoa. Em 2023, as violações psicológicas já ultrapassaram a marca de 120 mil casos.
Por que o aumento das violências contra idosos?
Esse aumento pode estar ligado ao crescimento da população idosa no Brasil, que já apresentou um salto de 11,3% para 15,1% da população total.
Em contrapartida, a população abaixo de 30 anos tem diminuído, passando de 49,9% em 2012 para 43,3% em 2022.
Segundo o médico e gerontólogo Alexandre Kalache, o Brasil está entre os países que irão envelhecer mais rápido até o ano de 2050. Ele destaca a necessidade de políticas públicas consistentes para enfrentar essa realidade.
A violência acontece dentro de casa?
Sim, infelizmente a violência contra idosos é mais comum dentro das próprias casas e costuma ser realizada por familiares.
Segundo Marcela Carinhato Almeida Prado de Castro Valente, presidente da Comissão de Direitos da Pessoa Idosa da OAB-SP, este fato torna a denúncia ainda mais difícil de ser feita, o que faz com que os dados gerados ainda estejam subestimados se comparados à realidade.