O transplante de coração do apresentador brasileiro Fausto Silva, conhecido como Faustão, movimentou os noticiários recentemente, aproximando o olhar do país para a extensa fila de espera de transplantes.
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No entanto, apesar do notório transplante cardíaco, a realidade é que, conforme o Ministério da Saúde, a demanda maior é para outro órgão: o rim.
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No total, quase 67.000 pessoas aguardam o órgão no país, sendo mais da metade (37.082 pacientes) necessita de um rim.
Muitos desses pacientes encaram tediosas jornadas de hemodiálise todas as semanas, enquanto esperam ansiosamente que seu nome chegue ao topo da lista.
Qual o impacto da hemodiálise na vida dos pacientes em espera?
Para pessoas como Valéria Marques Silva, 37 anos, que passa pelo menos quatro horas por dia, três dias por semana, submetendo-se a hemodiálise, desde que seus rins pararam de funcionar aos 17 anos, a perspectiva de um transplante é uma oscilação constante entre esperança e ansiedade.
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Ela relata que precisou abandonar seu trabalho por sua condição de saúde. Para Valéria, além do cansaço físico, a hemodiálise também traz impactos emocionais, como o desespero de contar com a doação de um órgão para ter uma maior chance de sobrevida.
Por que a fila de espera para transplante é tão longa?
O setor de doação de órgãos enfrenta inúmeros desafios, desde a resistência familiar até políticas de prioridade de órgãos.
Esse processo de aguardo pode durar mais de cinco anos e a maneira mais efetiva de reduzir esse tempo e aumentar a quantidade de trasplantes realizados é incentivando a doação.
Para o nefrologista Roberto Manfro, membro da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, a decisão de ser um doador é primordial para salvar vidas.
Ele evidencia que a morte encefálica, que é o principal critério para a doação de órgãos, é um diagnóstico 100% seguro.
Quais são as diretrizes para receber órgãos doados?
Como a demanda por órgãos doados supera a oferta, a determinação de prioridades para transplante leva em consideração não apenas o fator da necessidade, mas também o potencial de sucesso do transplante a longo prazo.
O diretor da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Lucio Requião, chama atenção para a falta de vagas em clínicas que oferecem tratamento de hemodiálise, o que gera uma sobrecarga em hospitais, com pacientes internados por períodos prolongados aguardando tratamento.
Os principais culpados da insuficiência renal são a hipertensão e o diabetes. O controle dessas doenças é essencial para prevenir o desenvolvimento de condições renais crônicas.
