Memória seletiva? Saiba por que lembramos de algumas coisas e outras desaparecem

Você provavelmente já se encontrou numa situação onde, apesar de dedicar horas a fio estudando um assunto, na hora de colocar todo esse esforço à prova, você esquece as informações obtidas.

A explicação pode estar no modo como o cérebro armazena memórias, segundo pesquisadores do Instituto Médico Howard Hughes, nos Estados Unidos.

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Todas as nossas memórias são armazenadas em duas regiões distintas do cérebro. Em termos gerais, as memórias de longo prazo são mantidas numa região conhecida como neocórtex, enquanto as memórias de curto prazo são guardadas no hipocampo.

Essa divisão cerebral é semelhante à forma como os computadores lidam com memória: a de longo prazo, como o disco rígido, e de curto prazo, como a memória RAM.

O que determina o local de armazenamento de memórias?

Embora possa parecer uma teoria certeira, a realidade é mais complexa. Alguns estudos têm mostrado a presença de memórias de longo prazo no hipocampo, o centro da memória de curto prazo.

Ainda não compreendemos completamente como é que um pensamento é promovido do armazenamento de curto prazo para o armazenamento definitivo no neocórtex.

Frente a este enigma, uma nova hipótese surgiu. De acordo com uma recente investigação, a chave para determinar onde uma memória será armazenada é a sua utilidade futura potencial.

Só se move uma memória para o neocórtex se ela for capaz de generalizações ou se for aplicável a um grande número de cenários.

A memória é uma ferramenta de supervivência?

Logo, o que determina se uma memória é armazenada no “lixo” do cérebro não é necessariamente a sua idade, mas o número de circunstâncias em que você poderia precisar dela.

Esse filtro serve para que usemos o espaço limitado em nosso HD apenas com os arquivos que mais nos auxiliem a lidar com o mundo.

Se você memoriza os sinais que indicam a proximidade de uma fonte de água, por exemplo, essas informações podem ser extremamente úteis quando você estiver num local desconhecido e precisar encontrar água potável.

O que nos espera para o futuro da neurociência?

O próximo passo é testar esta nova hipótese usando humanos, ao invés das redes neurais em que foi originalmente testada.

Dessa forma, podemos esperar a ciência conseguir responder à antiga questão: “Quando vou usar isso na minha vida?”.