Crise humanitária na Faixa de Gaza: a iminente fome e a escassez de suprimentos

Crise humanitária de proporções devastadoras se aproxima da Faixa de Gaza, um enclave cercado por Israel, que sofre com a diminuição extrema de alimentos, água e medicamentos. Organizações humanitárias globais preveem um colapso total na sociedade local, devido ao risco de fome generalizada e falta de recursos básicos para sobrevivência.

Segundo as mais recentes declarações do Programa Alimentar Mundial (PAM), uma agência da ONU, os depósitos de alimentos no enclave estão quase esgotados. Em entrevista, a diretora regional da instituição, Corinne Fleischer, relatou que o PAM não tem conseguido entrar em Gaza para fornecer mais suprimentos à população necessitada.

Leia mais:

Lula lidera esforços contra a fome no G20 e realça papel do Brasil no cenário global

ONU afirma que ataques a civis e bloqueio de alimentos são crimes de guerra

O estado atual dos alimentos em Gaza

De acordo com Fleischer, os mantimentos atualmente disponíveis são suficientes para alimentar 1,3 milhões de pessoas por tempo limitado. Os números já são alarmantes, considerando que até agora, foram distribuídos alimentos enlatados, pão e dinheiro para 520 mil indivíduos. A situação está cada vez mais crítica, com palestinos buscando refúgio em hospitais e escolas com escassez de alimentos e suprimentos.

Onde estão os palestinos refugiados?

Mais de um milhão de pessoas abandonaram suas casas para evitar uma possível invasão terrestre israelense, planejada para desmantelar o Hamas após ataques realizados no sul de Israel. Centenas de milhares de palestinos migraram para instalações da ONU, onde têm menos de um litro de água por dia. Além disso, os hospitais já não têm recursos para funcionar de forma plena, sobrevivendo com geradores de emergência, com estoques de combustível e medicamentos próximos ao fim.

Qual é a situação na fronteira entre Gaza e o Egito?

A passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito, é vista como a única esperança de ajuda logística à população. No entanto, apesar do caminhões de ajuda já estarem aguardando para entrar, a passagem foi fechada há uma semana devido aos recentes ataques aéreos e até agora não foi reaberta. Ademais, o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu rejeitou as alegações de que haveria um cessar-fogo para a entrada de ajuda humanitária, acrescentando mais incertezas a esta crise delicada e preocupante.

À medida que os suprimentos diminuem e a fome se aproxima, a sociedade global observa com angústia o drama inevitável do povo palestino, manifestando a urgente necessidade de soluções políticas e humanitárias para evitar um desastre ainda maior.