Contra a corrente: Haddad refuta alterações no parcelamento sem juros!
O posicionamento do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em relação às possíveis mudanças nas regras do parcelamento sem juros do cartão de crédito é contrário à proposta do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Campos Neto sugeriu a possibilidade de implementar alguma forma de tarifa para desincentivar parcelamentos sem juros de longa duração, uma modalidade praticamente exclusiva do Brasil. Saiba mais!
Haddad é contra regras de parcelamento do cartão de crédito
Haddad argumenta nos bastidores que se opõe a qualquer limitação ao parcelamento sem juros. Ele teme que tal medida prejudique os segmentos mais pobres da população, bem como os lojistas.
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O ministro destaca que a opção de pagamento à vista com desconto continua disponível e que essa é uma escolha que depende tanto do vendedor quanto do banco.
A questão veio à tona após as declarações de Campos Neto, mas o Ministro Haddad expressa sua oposição a essa proposta, argumentando que ela teria efeitos negativos na economia.
Ele considera que impor limites ao parcelamento sem juros poderia gerar consequências indesejadas, como um estímulo ao uso do rotativo do cartão, o que resultaria em problemas financeiros mais sérios.
A decisão de eliminar o uso do rotativo do cartão de crédito é uma posição já consolidada no entorno de Haddad.
O rotativo é ativado quando o cliente não paga o valor total da fatura a data de vencimento, e até essa modalidade possui uma das taxas de juros mais altas do mercado, ultrapassando os 400% ao ano.
No entanto, é entendido que acabar com o rotativo sozinho não resolveria o problema dos altos juros associados a essa modalidade.
Atualmente, quando um cliente permanece 30 dias utilizando o rotativo, os bancos são obrigados a negociar a dívida. As taxas de juros nessa modalidade giram em torno de 15% ao mês, conforme informações do governo, o que se aproxima das taxas do rotativo.
O governo planeja abordar essa questão por meio de um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, relacionado ao programa “Desenrola Brasil”.
Essa iniciativa visa a eliminação do rotativo e estabelecerá um período de 90 dias para que o setor financeiro adote uma auto-regulamentação para reduzir as taxas de dívidas decorrentes desse tipo de modalidade.
Uma eventual proposta do setor financeiro será atendida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é composta pelo Banco Central e pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento.
Caso o CMN considere que a proposta do setor não é suficiente, os juros serão limitados em torno de 9% ao mês.