Com o último caso de sarampo confirmado em julho, o número de casos confirmados neste ano passa a ser de apenas 43.
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Embora a situação tenha melhorado em comparação com os anos anteriores, quando foram registradas mais de 20 mil infecções em apenas 12 meses, a baixa cobertura vacinal contra o sarampo, que atinge cerca de 50% do público-alvo, ainda é um obstáculo para a recuperação do certificado de eliminação da doença, conferido pela OMS.
Em 2016, após uma intensa campanha de vacinação, que culminou na erradicação da doença, a Organização Pan-Americana da Saúde, reconheceu o Brasil com o certificado de eliminação do sarampo.
Infelizmente, apesar da doença ter permanecido controlada nos anos seguintes, em 2018, novos casos passaram a ser registrados, e um novo surto, com 9.325 casos aconteceu.
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Vacina contra sarampo
Em 2018, o índice de imunização, que já havia atingido a marca de 95%, caiu para menos de 80%. Com isso, os casos aumentaram exponencialmente, e em 2019 já somavam 20.901 infecções.
Com os níveis de contágio aumentando, o país perdeu a certificação e não era mais considerado um “País livre do vírus do sarampo”.
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A partir de 2020, com a chegada do covid-19, e a adoção de medidas como o distanciamento social e a quarentena, as contaminações por sarampo reduziram, tendo sido registrados 8.100 casos naquele ano.
Essa diminuição continuou no próximo ano, e agora em 2022 foram registrados apenas 43 ocorrências, e nenhuma morte causada pelo patógeno.
O problema é que essa redução se deu mais em decorrência das medidas adotadas para conter o covid, do que por causa da imunização da população, fato que pode deixar o país vulnerável a uma nova onda de contágio agora que a flexibilização nas medidas anti-covid vigoram.
Como estratégia para voltar ao antigo status de erradicação, a aposta é a vacinação. O desafio agora é completar o esquema vacinal das crianças, sendo que neste ano, só 51% dos pequenos completou o esquema tríplice viral.
De acordo com Patrícia Boccolini, pesquisadora da Fiocruz, “nós estamos observando uma queda na cobertura vacinal de todos os imunizantes, com o sarampo infelizmente não é diferente.
Uma das questões mais relacionadas a isso é a falta de percepção de risco da criança ter o sarampo, porque não vemos mais pessoas com essas doenças e suas sequelas, justamente pelas altas coberturas antes.
Então proteger a criança deixa de ser uma urgência, mas é um problema de saúde grave e não vacinar leva ao retorno da doença.”
A vacina tríplice viral protege contra o sarampo, rubéola e caxumba, doenças que podem causar consequências que vão permanecer o resto da vida, e em alguns casos até a morte.