A triste vida de Mali, o elefante que ficou conhecido como o mais solitário do mundo, chegou ao fim. Falecido na última terça-feira (28), o animal vivia isolado no zoológico de Manila, nas Filipinas, atraindo a atenção e a compaixão de defensores dos animais ao redor do mundo.
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Mali, que tinha 49 anos, passou as últimas três décadas vivendo em completa solidão. Veterinários confirmaram que a causa da sua morte foi uma insuficiência cardíaca congestiva. Além disso, o animal apresentava inflamação nos rins, nódulos ao redor do fígado e “depósitos de pus” nas paredes do útero.
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O sofrimento solitário de Mali
No zoológico de Manila, Mali passava seus dias isolada, manifestando claros sinais de angústia. Por diversas vezes, testemunhas a viram esfregando seu corpo contra as paredes – um indício de desconforto físico. Além disso, nos últimos dias, ela foi encontrada deitada de lado, lutando para respirar.
A existência de Mali foi marcada por adversidades e solidão. Quando jovem, ela foi transferida do Orfanato de Elefantes de Pinnawala, no Sri Lanka, para o zoológico filipino. Por um tempo, ela teve a companhia de um elefante idoso chamado Shiba, mas ele faleceu em 1990, deixando Mali completamente sozinha.

Críticas à vida cativeiro de Mali
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A situação de Mali chamou a atenção de muitos críticos, incluindo celebridades como o ex-Beatle Paul McCartney. O músico chegou a escrever uma carta em 2013 ao então presidente das Filipinas, Benigno Aquino III, expressando sua indignação com as condições nas quais Mali estava sendo mantida.
Além disso, a organização não-governamental global PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) também se manifestou sobre a situação de Mali. Em um comunicado, eles afirmaram que Mali vivia em constante tortura devido à solidão.
Qual o futuro pós-Mali?
Apesar de toda a atenção e clamor público, o zoológico de Manila defendeu consistentemente a permanência de Mali. Eles argumentavam que ela não estava preparada para a vida selvagem e que a instalação oferecia o melhor ambiente para ela.
Agora, após a morte da elefanta, foi anunciado que o zoológico pretende substituí-la por outro elefante. Este é o momento de refletir que ao invés de apenas substituir Mali, o zoológico deveria rever a forma como mantém os animais em seu espaço e priorizar pela qualidade de vida dos mesmos.
O caso de Mali é um reflexo de um problema global: o bem-estar de animais mantidos em cativeiro. Uma reflexão que vai além do tratamento dado a eles, mas questiona a própria natureza do cativeiro e como ele impacta suas vidas. Promover a mudança em prol do bem-estar desses animais é uma responsabilidade que todos nós compartilhamos.