Escândalo nos Necrotérios do Reino Unido: 101 vítimas de abuso e falhas chocantes no sistema hospitalar
O setor de saúde do Reino Unido encontra-se em estado de choque e horror devido à sequência de abusos cometidos por David Fuller em necrotérios dos hospitais de Kent. Constatou-se que entre 2007 e 2020, Fuller abusou dos corpos de pelo menos 101 mulheres e meninas. Reflexões sobre o caso levantam questionamentos sobre as falhas no sistema de segurança dos hospitais, potencializando a necessidade de revisão de procedimentos e práticas de trabalho.
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O presidente da investigação, Jonathan Michael, destacou a existência de oportunidades perdidas para questionar as práticas insalubres de Fuller. O caso é visto como um severo alerta para todo o país e além. A investigação resultou em 17 recomendações para prevenir incidentes semelhantes, incluindo sugestões como instalação de câmaras nos necrotérios e garantia de acompanhamento constante a pessoas não relacionadas ao serviço funerário.
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Onde o sistema falhou?
Fuller, que agora tem 72 anos de idade, foi condenado em 2021 a duas penas de prisão perpétua pelas mortes de Wendy Knell e Caroline Pierce, além de um total de 16 anos de prisão por abuso de cadáveres. Isso significa que ele passará o restante de sua vida atrás das grades. As falhas identificadas no caso ocorreram tanto a nível de gestão nos hospitais de Maidstone e Tunbridge Wells quanto na falha em seguir políticas e procedimentos padrão.
A gerência estava ciente dos problemas operacionais nos necrotérios desde 2008, porém, há poucas evidências de que ações efetivas foram tomadas para solucionar esses problemas. Houve descaso para com quem tinha acesso ao necrotério, considerando que Fuller o visitou 444 vezes em um ano, algo que passou despercebido e sem controle.

Quem deve ser responsabilizado?
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Ao identificar falhas tão graves, torna-se claro que alguém deve ser responsabilizado, conforme destaca Jonathan. Fuller, oriundo de Heathfield, no condado de East Sussex, trabalhou como supervisor de manutenção em hospitais em Tunbridge Wells, em Kent, durante três décadas. Ele cometeu os crimes nos necrotérios entre 2007 e sua prisão em 2020, utilizando-se de seu cartão magnético de funcionário para acessar os necrotérios em horários em que os funcionários haviam ido para casa.
Reservas ao relatório da investigação foram feitas por Miles Scott, presidente-executivo do fundo que administra o hospital, afirmando que as descobertas contém lições importantes. Maria Caulfield, ministra da saúde, também se manifestou, pedindo desculpas em nome do governo e do NHS, serviço de saúde britânico.
Uma segunda parte do inquérito foi lançada em julho, focada nas condições dos necrotérios privados, ambulâncias privadas e agências funerárias no país. As conclusões desse inquérito são aguardadas para 2024, com esperanças renovadas de que medidas efetivas de proteção e segurança sejam implementadas.