Toyota paga preço alto por táticas enganosas: Multa de US$ 60 milhões destaca necessidade de práticas empresariais éticas

A gigante automobilística Toyota enfrentou recentemente uma derrota jurídica nos Estados Unidos. A empresa terá de desembolsar cerca de US$ 60 milhões, ou aproximadamente R$ 300 milhões à luz das taxas de câmbio atuais, como resultado de um castigo monetário imposto por práticas empresariais enganosas.

O órgão norte-americano responsável por proteger os interesses dos consumidores, o Consumer Financial Protection Bureau (CFPB), semelhante ao Procon brasileiro, condenou a Toyota por vender produtos desnecessários aos seus clientes e criar obstáculos para que esses itens fossem cancelados.

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Por que a Toyota foi condenada?

De acordo com a acusação, a Toyota Motor Credit, divisão da empresa que oferece financiamentos para a compra de carros através das concessionárias, agregava produtos extras sem que os clientes os tivessem solicitado explicitamente. Os atendentes eram acusados de driblar as solicitações de cancelamento e oferecer novos produtos aos consumidores. Além disso, a única forma de cancelar os serviços era através de um pedido por escrito.

Quais foram as consequências?

Entre os anos 2016 e 2021, mais de 118 mil clientes ligaram para o referido telefone, tentando cancelar serviços que não haviam contratado. A multa de US$ 60 milhões recai sobre a Toyota Motor Credit, que também terá que facilitar o cancelamento de produtos indesejados pelos consumidores, aceitando cancelamentos online e monitorando os distribuidores para garantir que eles não adicionem produtos sem consentimento.

É importante ressaltar que, além da multa, vários produtos foram incluídos irregularmente. Entre eles, estavam a Proteção Patrimonial Garantida, a Cobertura de Vida Creditícia e Saúde Acidental e contratos de prestação de serviços de veículos, que custavam, em média, de US$ 700 a US$ 2.500 (de R$ 3500 a R$ 12 mil).

E sobre a postura da Toyota?

A Toyota, por sua vez, não admitiu de forma oficial as irregularidades. A multa será dividida entre os consumidores não reembolsados, aqueles que não conseguiram cancelar suas apólices, os que receberam informações falsas e os que receberam reembolsos imprecisos. Do total, US$ 12 milhões deverão ser depositados em um fundo criado para prestar auxílio às vítimas da agência responsável pelo financiamento dos carros da Toyota.

Este caso de destaque contrapõe a imagem da Toyota como líder em qualidade e satisfação do consumidor, colocando em evidência a necessidade de práticas corporativas éticas e transparentes para manter a confiança do público.