Ataques a escolas no Brasil registram maior pico em 2023

Ataques a instituições de ensino no Brasil tornaram-se o tipo de crime mais recorrente e de maior incidência nos últimos anos. Só em 2023, registrou-se o 9º caso, o maior pico da história recente, com um ataque ocorrido na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo.

Segundo um estudo realizado pelo Instituto Sou da Paz, desde 2002, sete ataques ocorreram nos primeiros seis meses deste ano e outros dois adicionais no mês de outubro. Geralmente, os executores dos crimes são homens, adolescentes ou adultos, na maioria alunos ou ex-alunos das escolas atacadas.

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Perfil dos ataques à escolas no Brasil

A contagem amarga de óbitos desde 2002 totaliza 49 vítimas fatais. Em contrapartida, dos 22 anos analisados pelo estudo do Sou da Paz, houve 12 anos onde nenhum ataque ocorreu em escolas. No entanto, a partir de 2019, a incidência aumentou, atingindo seu ápice mais crítico em 2022 e 2023.

Os anos de 2002, 2003, 2011, 2012, 2017 e 2018 registraram um caso de ataque cada. Em 2019, houve três casos e em 2021, dois. A incidência aumentou em 2022, com seis casos, e em 2023 houve nove casos apenas até outubro.

Relembre alguns dos casos de ataques em escolas em 2023

O ataque mais recente ocorreu no dia 23 de outubro na Escola Estadual Sapopemba, em São Paulo. Um indivíduo atirou na escola, deixando uma estudante morta e três outros feridos. Em Poços de Caldas, Minas Gerais, em 10 de outubro, um ex-aluno cometeu um ataque com faca, resultando em três alunos feridos e um morto.

Em junho, um ex-aluno que afirmava estar na escola para solicitar o histórico escolar entrou armado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, matando dois alunos a tiros. Já em abril, foram registrados ataques no Colégio Adventista de Manaus, na Escola Estadual Doutor Marcos Aurélio, e na Escola Isaac de Alcântara. Cada um resultou em alunos e professores feridos, e em alguns casos, mortos.

Frente à violência, o que fazer?

Além do papel crucial da segurança pública e da legislação penal, a escola e a comunidade têm uma grande responsabilidade na prevenção da violência. É fundamental que as instituições de ensino ofereçam um ambiente de diálogo, respeito mútuo e inclusão. Desse modo, é possível construir uma cultura de paz, onde o respeito à vida e aos direitos humanos seja a norma.

É importante lembrar que a criação de políticas públicas eficazes para a prevenção da violência escolar também é fundamental. Políticas que visem à criação de um ambiente escolar seguro e inclusivo podem atuar na prevenção dos ataques e na reposta a eles quando ocorrerem.