Presidente Lula pretende engajar Forças Armadas na luta contra o crime organizado no Rio de Janeiro

O atual presidente Lula (PT) tem um grande desafio a frente: a segurança pública no Rio de Janeiro. Em uma declaração recente nesta terça-feira (24), Lula admitiu que não quer recorrer a “pirotecnias” para resolver o problema, mas sim se apoiar nas Forças Armadas para intensificar a segurança em portos e aeroportos, impedindo o avanço do crime organizado.

Esta decisão ocorre após os recentes acontecimentos na última segunda-feira (23), onde uma série de ataques incendiou 35 ônibus e um trem na cidade do Rio de Janeiro, em uma retaliação pela morte de Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão e um dos líderes da maior milícia do estado.

Leia mais:

Adolescente vítima de bullying e homofobia abre fogo em escola, mata uma e fere dois

Ataque em escola desperta alerta: Lula condena fácil acesso de jovens a armas

Um novo Ministério da Segurança Pública?

Além da estratégia das Forças Armadas, o presidente tem ainda uma carta na manga: a possível criação do Ministério da Segurança Pública. Esta pasta teria como objetivo atuar em uma maior coordenação com os estados e outros entes federados. Durante uma conversa recente com o Governador Castro do Rio de Janeiro e seu Ministro da Defesa, o presidente Lula destacou a proposta de que a Aeronáutica e a Marinha incrementem sua participação nos aeroportos e nos portos do Rio de Janeiro.

E sobre uma intervenção federal no estado?

Lula, no entanto, descartou a hipótese de uma intervenção federal no Rio de Janeiro. Argumentou que as experiências anteriores nesta linha de ação em segurança pública não apresentaram resultados efetivos. O presidente reforçou que a autoridade do governador do Rio deve ser respeitada, reforçando que não deseja a “pirotecnia” utilizada no passado.

Ele também destacou que houve uma conversa com o Ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre a segurança no estado do Rio de Janeiro. Prometeu uma atuação mais incisiva da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Além disso, Lula defendeu uma maior integração do governo federal com os demais entes federativos na luta contra o crime organizado.

Criação do Ministério da Segurança Pública já foi defendida anteriormente?

O presidente Lula afirmou que durante a campanha presidencial no ano passado, ele tinha a intenção de criar o Ministério da Segurança Pública. Porém, este plano foi deixado de lado durante a formação de seu gabinete. Apesar disso, o presidente ressaltou que ainda considera a criação do Ministério, porém pondera sobre as condições necessárias para a implantação.

Além de apontar a necessidade de combate ao crime organizado, o presidente Lula manifestou-se contrário à liberação de armas, política defendida pelo ex-presidente e atual adversário político, Jair Bolsonaro. O presidente criticou a forma “atabalhoada” que o comércio de armas foi liberado no país, acusando a medida de reforçar o poder de fogo do crime organizado.

Tomando como exemplo recentes casos de roubos de equipamentos militares, Lula salientou que armamentos estão chegando às mãos do crime organizado e defendeu uma ação mais incisiva do poder público para impedir tais ocorrências.

Essas declarações foram realizadas no programa “Conversa com o Presidente”, após ter passado quase um mês fora das transmissões devido a uma cirurgia. O presidente Lula está confiante em seu retorno e em sua capacidade para melhorar a situação da segurança pública no estado do Rio de Janeiro.