Grupo Melo, os ”Reis da Sucata”, acusados de sonegar R$ 5 bilhões em impostos e lavagem de dinheiro
Escândalo dos ”reis da sucata”: Grupo Melo é acusado de sonegar mais de R$ 5 bilhões à União
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O Grupo Melo, apelidado de “reis da sucata”, foi alvo de uma operação da Polícia Federal na quarta-feira (18/10/2023), acusado de acumular uma dívida tributária com a União que ultrapassa os R$ 5 bilhões. O patrimônio do grupo, que atua majoritariamente no segmento de reciclagem de sucata, está estimado em mais de R$ 1 bilhão e foi conquistado à custa de manobras fiscais para evitar o pagamento de impostos e lavar dinheiro.
De acordo com as investigações, o grupo utilizava vários truques para realizar tais atos. Um deles era o uso de “testas de ferro”, ou seja, indivíduos escolhidos para figurar como sócio-administradores das empresas pertencentes ao grupo, sendo, na maioria, pessoas de baixa renda. Entre os escolhidos estava um catador de material reciclável que deixou sua atividade após ser designado para “gerir” um dos negócios do grupo.

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Como funcionava o esquema dos Reis da Sucata?
O esquema de sonegação fiscal parecia ter sido meticulosamente planejado pela família que controlava os negócios. Para desvincular seus nomes dos negócios, a família escolhia pessoas humildes para atuarem como “laranjas”, assumindo a responsabilidade pelas empresas, contas bancárias e movimentações financeiras. Além disso, o Grupo Melo manteve uma rede de empresas fantasmas em vários pontos do Rio de Janeiro a fim de dificultar as investigações.
Ainda segundo as investigações, essas empresas fantasmas não operavam de fato. Todas possuíam “laranjas” em seus quadros societários, dissimulando a presença dos verdadeiros donos do negócio. As autoridades policiais acreditam que a família mantenha dinheiro em bancos norte-americanos para ocultar seu verdadeiro patrimônio.
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Bens de luxo apreendidos da família
Na operação, foram sequestrados legalmente mais de 40 imóveis avaliados em cerca de R$ 38 milhões, além da apreensão de 120 veículos incluindo carros de luxo, um iate no valor de R$14 milhões e dinheiro depositado em contas bancárias em nome dos envolvidos. A Polícia Federal investiga ainda a existência de uma aeronave pertencente ao grupo.
Qual a origem da operação?
A operação teve início após a Receita Federal denunciar a criação de mais de 50 empresas fantasmas pelo grupo com o propósito de fraudar o pagamento de impostos. A decisão judicial determinou o bloqueio de todos os bens do grupo empresarial para garantir o pagamento da dívida tributária.
Os proprietários do Grupo Melo são acusados de sonegação de impostos, associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. Se condenados, podem enfrentar penas que somam até 23 anos de prisão.