Desastre ambiental: Amazonas perdeu área de água do tamanho do Distrito Federal em setembro
Projeto MapBiomas revela impactos da seca no Amazonas
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Uma análise recente feita por cientistas do Projeto MapBiomas, que é responsável por mapear a ocupação do solo brasileiro, revela que a seca deste ano tem impactado de maneira expressiva o estado do Amazonas. Segundo os dados levantados, somente no mês de setembro, o estado perdeu uma área de superfície de água que varia entre 530 e 630 mil hectares. Isso equivale em tamanho ao Distrito Federal.
As informações foram obtidas por meio de imagens de satélite. Dentro desse panorama, Barcelos, o maior município do estado em extensão, perdeu cerca de 69 mil hectares em superfície de água. Isso se comparado com o nível médio dos últimos anos para o período.

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As consequências dessa perda de água no Amazonas
Segundo os pesquisadores Carlos Souza Jr. e Bruno Ferreira, a redução de água afeta diretamente rios, lagos e áreas úmidas. Até o momento, já foram registradas perdas acima de 10 mil hectares de superfície de água em 25 municípios. Os cinco municípios que lideram esse ranking perderam mais de 40 mil hectares.
Esses números evidenciam a realidade tão triste que as comunidades da região vêm enfrentando e relatos dramáticos confirmam. A seca que o estado do Amazonas vivenciou neste ano faz parte do quadro mais crítico já visto na região Norte do país e houve intensificação desse cenário no início do mês de outubro.
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Vulnerabilidade do Amazonas e a biodiversidade afetada
Diversos municípios encontram-se em estado de emergência e essa situação tem afetado comunidades ribeirinhas, extrativistas, quilombolas e indígenas, além de áreas urbanas. Ainda que os impactos da seca na biodiversidade aquática tenham sido dados como reportados em diversas localidades, ainda não puderam ser estimados.
Houve aumento expressivo do risco de queimadas, aumentando a vulnerabilidade do Amazonas e das populações locais. Acredita-se que fatores como o forte El Niño de 2023 e o aquecimento do Atlântico Norte têm contribuído de maneira acentuada para a seca severa na região. Há indicações de que essa seca pode ser até mais expressiva comparada com a que ocorreu no ano de 2010.
Como os dados são coletados pelo MapBiomas?
O Projeto MapBiomas utiliza um método de mapeamento rápido, mesclando imagens de satélites do sistema Landsat, da NASA, com imagens do sistema Sentinel, da Agência Espacial Europeia (ESA). O objetivo desse método é medir o impacto de eventos extremos, como inundações ou secas.
A expectativa do grupo de pesquisadores é ampliar o estudo de análise da seca para os outros estados da região Norte impactados por ela. A ideia é tornar essa análise um produto permanente do projeto, que tem seus dados abertos ao público. Além disso, os pesquisadores esperam que essa informação ajude governos municipais e estaduais a direcionar seus esforços de emergência para atender às suas populações.