Misterioso surto de mortes atinge botos e tucuxis na Amazônia devido à seca extrema
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Um estranho acontecimento tem alarmado pesquisadores e ambientalistas: a misteriosa morte de mais de 100 botos e tucuxis na Amazônia. Relacionada com a seca extrema, essa mortandade corresponde a cerca de 5% da população dessas espécies, segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Apesar da causa exata ainda ser desconhecida, os especialistas acreditam que as altas temperaturas das águas possam ser as responsáveis. A região tem sido atingida por uma seca inclemente, que tem baixado os níveis dos rios e dificultado o abastecimento e transporte na área.

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É a estiagem alimentada pelo El Niño a responsável pela mortalidade dos cetáceos?
O fenômeno climático conhecido como El Niño, que se caracteriza pelo aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico na região do Equador, tem agravado a situação. As alterações que causa nas correntes marítimas e massas de ar levam a situações distintas ao redor do mundo. Segundo a pesquisadora do Mamirauá, Miriam Marmontel, “minha impressão é que tem algo na água, obviamente, relacionado à situação de seca extrema, baixa profundidade dos rios e, consequentemente, ao aquecimento das águas.”
Quais são as consequências dessa mortalidade para a região de Tefé?
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Marmontel destaca que a atual situação no Lago Tefé é extremamente grave, tendo em vista a importante população de botos e tucuxis, estimada em 900 e 500 indivíduos, respectivamente. Além disso, a pesquisadora aponta que “se for um agente infeccioso, seria muito arriscado liberar os animais para o rio Solimões, pois terminaria infectando o resto da população.” Nesse momento, alguns animais resgatados com vida estão sendo mantidos em barcos com piscina até a conclusão dos estudos.
Quais medidas estão sendo tomadas para investigar as mortes desses animais?
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente, informou que está investigando as causas das mortes dos botos. Enquanto isso, 18 municípios do Amazonas já se encontram em situação de emergência devido à seca, somando-se a outros 37 em estado de alerta e mais cinco declarando situação de atenção, de acordo com a Defesa Civil do estado.
Para a pesquisadora Marmontel, esses animais atuam como sentinelas da qualidade da água e são os primeiros a ser afetados por mudanças no ambiente. Ela alerta: “Se não mudarmos nossos hábitos, esses eventos vão continuar, mais aquecimento global, mudança nos parâmetros climáticos”. Nesses momentos de crise ambiental, torna-se ainda mais evidente a necessidade de medidas urgentes para a preservação da nossa biodiversidade e a sustentabilidade dos nossos ecossistemas.