Diretrizes comerciais controversas de lojas Americanas com fornecedores são reveladas
O ex-CEO das lojas Americanas trouxe à tona práticas comerciais controversas envolvendo fornecedores. Segundo ele, o fornecedor é obrigado a ditar a quantidade que pode ser vendida pela varejista.
Embora tenha admitido que a prática “estava errada”, a atual gestão da companhia, juntamente com o conselho de administração designado pelos acionistas de referência, rejeitou ter responsabilidade por medidas prejudiciais aos fornecedores.
Esta revelação foi apoiada por relatos de fornecedores prejudicados. Em junho passado, a revista Piauí divulgou detalhes de como esta prática impactou gravemente a Forte Minas, que prestou serviços de transporte e logística para as operações físicas e online da varejista entre 2013 e 2021.
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Como a prática controversa afetou a Forte Minas?
Segundo a revista, no ano de 2020, a Americanas não honrou com o reajuste pactuado no contrato e optou por aumentar o prazo de pagamento, primeiramente para 60 dias e posteriormente para 90 dias.
Em 2021, após rejeitar uma proposta de compra, o proprietário da Forte Minas foi surpreendido com o cancelamento abrupto do contrato. Como consequência dessa reviravolta, a Forte Minas sofreu colapso financeiro, resultando na demissão de 300 funcionários e declarou falência.
A crise atingiu outras empresas também?
Sim, infelizmente. A varejista entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro deste ano, deixando prejuízo a aproximadamente 15 mil fornecedores por todo o Brasil. A dívida acumulada pela varejista está estimada em pelo menos R$ 40 bilhões para credores bancários, fornecedores, funcionários e ex-funcionários, além de outros R$ 7 bilhões em debêntures no mercado financeiro.
Quem são os responsáveis por esse cenário?
Uma reportagem do portal UOL divulgada na segunda-feira (11) apontou que o executivo afirmou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em março e à Polícia Federal em junho que todas as escolhas que ele fazia à frente da empresa eram discutidas antecipadamente com Carlos Alberto Sicupira, um dos acionistas de referência ao lado de Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles. Esses três acionistas também são os proprietários da Ambev.