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Riachuelo pede desculpas e retira roupas que geraram comparação com uniformes do Holocausto

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Lojas Riachuelo passam por críticas devido à semelhança de peças de roupa com uniformes do Holocausto

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O setor de moda das lojas Riachuelo foi alvo de críticas após vir a público a semelhança de um conjunto de calça e blusa listrada à venda na loja com os uniformes dos prisioneiros do Auschwitz, notório campo de concentração do Holocausto. Diante de tantas vozes contrárias, a marca suspendeu a venda das roupas e pediu desculpas pelo erro.

Mais de um milhão de pessoas foram mortas durante o regime de Adolf Hitler em Auschwitz. A referência a um período tão sombrio da história mundial trouxe incômodo e indignação para muitos clientes, que não hesitaram em expressar seu descontentamento nas redes sociais.

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Viralização da polêmica nas redes sociais

A discussão chegou ao público por meio do “X” (ex-Twitter) no domingo à noite, gerando em 24 horas mais de 110 mil interações. As principais mensagens apoiadas pelos internautas trouxeram à tona o sofrimento das vítimas do nazismo e seus familiares, o que a escolha de vendas da Riachuelo teria relembrado.

“Ver esse conjunto traz uma memória perturbadora. Imaginem o sofrimento que causa aos parentes das vítimas do Holocausto se encontrarem alguém usando essas peças na rua. Não cabe esse tipo de estética”, comentou Clemara Bidara, professora de Semiótica da Moda da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

Falha ou estratégia de marketing intencionalmente polêmica?

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Discussões nas redes sociais levantaram a hipótese de que o lançamento controverso poderia ser uma tentativa malograda de marketing.

Entretanto, negando a teoria, Vivian Blaso, professora de Marketing e Moda da FAAP, criticou a falta de valores morais e éticos da marca na decisão de lançamento.

Com o aumento de 270% de grupos neonazistas no Brasil em três anos, a especialista pontua o contexto brasileiro como agravante do erro cometido pela Riachuelo.

Fast fashion e a ausência de curadoria de imagens

A professora da Universidade de São Paulo (USP), Francisca Dantas Mendes, atribuiu a falha ao processo acelerado de desenvolvimento de produtos, associado à ausência de visão crítica na moda “fast fashion”.

A lógica de mercado que prioriza a renovação rápida das peças nas prateleiras sem tempo para reflexão sobre possíveis mensagens trazidas pelas roupas levou a Riachuelo a este erro, segundo a especialista em Desenvolvimento e Processo de Produção Industrial.

Foto: Reprodução X/ Tomaz Silva, da Agência Brasil

Retratação da Riachuelo ocorre após a repercussão

Perante a polêmica, a Riachuelo justificou que a referência ao Holocausto nas peças não foi intencional. A marca afirmou considerar a escolha de modelo e cores das peças infeliz, e decidiu retirá-las de suas lojas.

Em nota, a Riachuelo garantiu: “Prezamos pelo respeito por todas as pessoas e pedimos desculpas a todos que se sentiram ofendidos pelo que o produto pode ter representado.”

Com o impacto da situação, a Riachuelo enfatizou o respeito aos direitos humanos e garantiu que busca sempre aprimorar sua governança e melhores práticas.

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