Pastor acusado de tortura em clínica clandestina é preso em Goiás
A Polícia Civil de Goiás fez uma prisão alarmante no sábado, dia 2. O detido é um pastor identificado como Ângelo Mario Klaus Júnior, que era foragido da justiça desde a terça-feira (29/8).
Ele é acusado de manter não apenas uma clínica clandestina, mas duas, na zona rural de Anápolis, onde promovia torturas e mantinha pessoas em cárcere privado.
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Detalhes sórdidos foram revelados após o resgate de 50 pessoas de uma das clínicas ilegais em questão, algo que deixou as autoridades e a população abaladas.
As vítimas, mantidas em condições desumanas, eram trancadas, amarradas e se encontravam em estado de desnutrição.
Qual foi o destino do pastor?
Após se entregar à polícia, Ângelo Mario Klaus Júnior foi levado sob custódia e mantido em silêncio durante o seu depoimento, no qual estava acompanhado de seu advogado. No domingo (3/9), ele foi encaminhado para a cadeia pública de Anápolis.
Quais são os detalhes dos crimes cometidos?
As profundezas dos crimes cometidos são assombrosas. Segundo o delegado do caso, Manoel Vanderic, as acusações de tortura qualificada e cárcere privado são extremamente graves e podem resultar em penas de até vinte anos de prisão.
O delegado revelou ainda que, após a descoberta de mais uma clínica clandestina, um total de 93 pessoas foram finalmente libertadas das garras do suspeito.
Como a clínica clandestina foi descoberta?
A investigação começou quando um idoso de 96 anos foi levado a um hospital de Anápolis com vários ferimentos, sinais de maus-tratos, mau cheiro e um estado crítico de desnutrição.
A polícia procedeu com uma investigação que revelou a existência da primeira clínica clandestina, onde foram resgatadas 50 pessoas mantidas em cativeiro. Um casal proprietário das instalações e quatro funcionários foram detidos.
Os relatos dos internos são de cortar o coração. As vítimas eram mal-alimentadas, a maioria dos alimentos estava vencido e não recebiam atendimento médico ou psicológico adequado.
Além disso, algumas pessoas resgatadas revelaram à polícia que seus familiares não estavam entre os resgatados, o que levou à descoberta de uma segunda clínica clandestina.
Lá, outras 43 pessoas foram encontradas em situação abjeta, a maioria delas com deficiência intelectual e em surto.
O delegado Vanderic concluiu que alguns familiares também responderão por crimes de omissão e o trabalho da polícia agora é levantar outros elementos para identificar coautores.
Este caso chocante e perturbador é um lembrete de que, mesmo em 2023, existem pessoas enfrentando extrema violação dos direitos humanos em nosso país.