Crescimento de casos de Covid-19 no Brasil: estamos à beira de uma nova onda?
A alta de casos do novo Covid-19 tem preocupado pesquisadores e autoridades de saúde no Brasil. Há uma leitura de que o país pode estar caminhando para uma nova onda de infecções, mesmo não sendo tão grave quanto as anteriores.
Isso se deve à disseminação da nova subvariante Éris e a um aumento na taxa de positividade nos testes de Covid-19.
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Segundo dados da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o aumento de casos vem sendo registrado há aproximadamente duas semanas.
Embora a situação ainda não seja alarmante, existe uma preocupação de que o número de infecções continue a subir pelas próximas semanas.
Qual a perspectiva atual?
De acordo com o presidente da SBI, o médico Alberto Chebabo, as ondas da doença têm durado entre seis a oito semanas.
Considerando as atuais duas semanas de aumento, isso significa que o quadro atual pode se prolongar por mais quatro a seis semanas.
O pesquisador Marcelo Bragatte, do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que monitora a taxa de positividade de testes de Covid-19 no Brasil, acrescenta que o conceito de “onda” deve ser visto com certo cuidado.
Para ele, o cenário atual reflete mais uma série de surtos em diferentes partes do país, similar ao que ocorre com o vírus da gripe.
E a subvariante Éris?
Há suposições de que a nova subvariante Éris esteja contribuindo para o aumento dos casos. Contudo, sem um investimento adequado em vigilância genômica, não é possível afirmar com certeza se a Éris é de fato responsável pelo aumento dos casos, segundo o pesquisador Marcelo Bragatte.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, não há, até o momento, confirmação da subvariante Éris no estado, mas a situação segue monitorada.
Em relação ao número de internações e óbitos, o panorama é favorável quando comparado ao mesmo período dos anos anteriores da pandemia.
Como a população deve se comportar com a nova onda de Covid-19?
Para os infectologistas e pesquisadores, a situação não exige a adoção de máscaras por toda a população.
No entanto, recomendam que pessoas com a saúde mais frágil, como idosos, imunossuprimidos e quem está tratando um câncer, continuem a usar o item de proteção.
Chebabo finaliza reforçando que os casos detectados são leves e de quadros gripais, provavelmente devido à vacinação.
Ele ressalta que as vacinas seguem sendo eficazes contra formas graves da doença, internações e, principalmente, mortes.