Queda de gigante: 123 Milhas enfrenta 16.645 processos judiciais
Uma avalanche de ações judiciais impulsionou a plataforma de turismo 123 Milhas a solicitar recuperação judicial. De acordo com o documento protocolado na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, a empresa se encontra na mira de 16.645 processos, somando um total devastador de R$ 232,2 milhões.
A maior parte deste montante corresponde a pedidos de ressarcimento e indenizações de consumidores que alegam ter sido prejudicados após adquirir passagens e pacotes promocionais não entregues.
Leia mais:
Crise na 123 Milhas: Entenda o pedido de recuperação judicial e impactos no mercado de viagens
Este cenário surge após a plataforma decidir suspender a emissão de passagens e pacotes de viagens do Programa Promo123, evento que exacerbou as pressões de seus credores e levou ao aumento exponencial de ações judiciais.
Conforme relatado pelos advogados da empresa, a crise de confiança resultou em rompimento de contratos e uma corrida frenética para mover ações judiciais visando o bloqueio de valores.
O que são as ações que pressionam a 123 Milhas?
As ações originam-se tanto de pessoas físicas quanto jurídicas. Segundo o levantamento disponibilizado pela empresa, as cinco maiores ações, que juntas somam R$ 3,6 milhões, foram movidas por pessoas físicas.
No que diz respeito às pessoas jurídicas, a ação de maior valor é do Consórcio Empreendedor do Catuaí Shopping Center Maringá, somando R$ 341 mil.
Ademais, a empresa Kijeme Travel Hoteis, proprietária do resort La Torre em Porto Seguro (BA), também move uma ação no valor de R$ 256 mil.
Como a 123 Milhas se defende dessa avalanche de processos?
Para se proteger dessa enxurrada de processos, a 123 Milhas defende a recuperação judicial como o melhor caminho a seguir.
Razões expostas pelos advogados da empresa alegam que a depressão no adimplemento dos produtos adquiridos via programa Promo123 provocou descrença no mercado e resultou na onda de ações judiciais.
Quais são os impactos da crise da 123 Milhas?
Além da esfera cível, a 123milhas também enfrenta ações na esfera trabalhista. São 914 credores de 123 Milhas e HotMilhas que requerem juntos R$ 16,7 milhões em indenizações.
A empresa, que emprega 417 trabalhadores, recentemente efetuou demissões em massa, dispensando pelo menos 200 colaboradores das áreas administrativa, financeira e de tecnologia.
Com a tensão escalando, muitos funcionários utilizaram as redes sociais para expressar surpresa com a demissão.
Este tumulto interno sinaliza os efeitos prejudiciais que a atual crise pode ter sobre a moral dos funcionários da empresa e a retenção de talentos.