Crise na 123 Milhas: Entenda o pedido de recuperação judicial e impactos no mercado de viagens
No turbilhão do mercado de viagens, a controversa empresa 123 Milhas protocolou um pedido de recuperação judicial. De acordo com a defesa da companhia, o movimento é justificado devido a fatores internos e externos que acabaram por ampliar seus passivos nos últimos anos.
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A 123 Milhas enfatizou, ainda, que utilizaria esse mecanismo para cumprir suas obrigações de maneira estruturada.
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A empresa, que circulou inicialmente a informação de que seu programa de pacotes promocionais representava apenas 7% dos embarques realizados em 2023, agora busca o instrumento da recuperação judicial.
Em seu pedido, a 123 Milhas descreveu que os resultados do pacote “Promo” não foram satisfatórios pois esperava-se que houvesse também aquisição de produtos outros atrelados às viagens por parte dos clientes, o que não aconteceu.

O que levou a 123 Milhas à recuperação judicial?
Além da sobrecarga do programa promocional, a crise da 123 Milhas foi ainda mais agravada pelo “inesperado aumento e persistência dos altos preços das passagens no período pós-pandemia”.
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A empresa admite que, ao lançar seu programa promocional, tinha expectativa de uma redução nos preços das passagens aéreas devido à oferta de voos pelas companhias aéreas após longo período de restrições devido à pandemia de Covid-19. Contudo, isto não se concretizou.
Segundo a petição, houve um aumento da demanda por voos nacionais e internacionais, o que encareceu os preços das passagens e pacotes e dificultaram a aquisição destes nas condições firmadas com os clientes.
Quais empresas estão envolvidas na recuperação judicial?
O pedido de recuperação também abrange as empresas Art Viagens – que serve de suporte para emissão de passagens por milhas – e a Novum, holding que detém 100% do capital da agência de viagens.
Segundo a petição inicial da 123 Milhas, as requerentes operam em harmonia entre si e dependem mutuamente para continuidade de suas operações.
Quais as consequências para os clientes e para o mercado de viagens?
Segundo os advogados da 123 Milhas, a recuperação judicial é indispensável para assegurar o tão almejado levantamento da empresa e a continuidade de suas funções.
Entretanto, essa decisão levanta diversas dúvidas e preocupações para o mercado de viagens e, principalmente, para os clientes da empresa.
As operações das duas empresas, 123 Milhas e MaxMilhas, continuaram independentes após a fusão dos negócios, o que nos leva a acreditar que essa decisão da 123 Milhas não deve impactar as operações da MaxMilhas.
Embora nenhum dos especialistas consultados garanta um cenário de falência iminente, a situação sinaliza que a empresa pode enfrentar problemas financeiros.
Ao longo dos próximos dias, com as informações dadas pelos órgãos governamentais, teremos uma visão mais clara da situação financeira da 123 Milhas e consequentemente, as possíveis ramificações para o setor de viagem e seus consumidores.