No mundo moderno e digital, a linha entre vida pessoal e profissional pode se tornar bastante tênue. Uma policial militar em Minas Gerais sentiu essa confusão em primeira mão ao ser desligada da corporação na última semana, acusada de “adotar conduta ofensiva à honra pessoal e ao decoro da classe”.
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A demissão está relacionada a vídeos em que a mulher aparece dançando de forma sensual, compartilhados em uma plataforma privada de rede social.
A defesa da ex-policial está em processo para reverter a decisão. O advogado Berlinque Cantelmo alega que sua cliente sofreu perseguição dentro da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Segundo ele, os problemas começaram bem antes da polêmica dos vídeos e a demissão é apenas a ponta do iceberg.
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Um histórico de assédio?
Nos 10 anos de corporação, a mulher vinha sendo vítima de diversos tipos de assédio, moral e psicológico.
Cantelmo relata que colegas de farda tentaram forçar um relacionamento com ela, levando aos vídeos postados na rede social em 2019. Ele aponta que a plataforma é privada, paga, e com restrição de idade – o que configura uma esfera de vida particular.
Os vídeos foram responsáveis pela demissão?
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De acordo com Cantelmo, depois que os vídeos foram descobertos, sua cliente parou de produzi-los. No entanto, depois de um longo processo de cerca de 3 anos, ela foi demitida.
O advogado ainda pontua práticas vexatórias e humilhantes por parte da PMMG após a demissão, afirmando que sua cliente chegou a perder uma gestação de 8 semanas por conta do estresse emocional provocado pela situação.
A demissão foi justa?

A defesa da ex-policial alega que não existe vedação na normativa militar para ser influenciadora digital, e que outros policiais que se expõem nas redes sociais não sofreram consequências semelhantes.
A PMMG por sua vez, afirma que a ex-policial foi submetida a um Procedimento Administrativo Demissionário (PAD), com direito a contraditório e ampla defesa.
Este é um caso que levanta questões importantes sobre a fronteira entre vida pessoal e profissional, a liberdade de expressão e os padrões de conduta esperados de profissionais uniformizados – questões que exigem um debate cada vez mais urgente na era digital.