A proposta de reforma tributária em análise pode ter um impacto considerável nos valores do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) em diversos estados do Brasil.
- Publicidade -
Um levantamento realizado pelo escritório Regina Beatriz Tavares da Silva Sociedade de Advogados (RBTSSA) revelou que até nove estados poderão enfrentar um aumento nas alíquotas desse imposto.
Leia mais:
Cashback de Impostos: nova proposta para estimular a economia brasileira. Como funciona?
Imposto de Renda em pauta: Como as mudanças propostas afetarão os contribuintes e empresas
- Publicidade -
DO QUE SE TRATA A PROPOSTA DE REFORMA TRIBUTÁRIA?
O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora está em tramitação no Senado Federal determina a adoção da progressividade do tributo. Isso significa que as taxas do imposto serão maiores para valores mais elevados e menores para quantias menores.
De acordo com o levantamento, 17 estados já possuem alíquotas progressivas para o ITCMD, enquanto outros nove adotam valores fixos. O Piauí é o único estado com um sistema misto, com valores fixos para doações e progressivos para heranças.
A legislação vigente no Brasil estabelece uma alíquota máxima de 8% para o ITCMD. Entretanto, nenhum dos estados que adota o sistema de alíquota fixa atinge esse limite. Entre aqueles com alíquotas progressivas, em dez unidades da federação a alíquota máxima é alcançada.
A reforma tributária busca também fechar possíveis brechas para a redução da tributação sobre doações e heranças. O texto propõe que o ITCMD seja recolhido apenas no estado onde o doador ou falecido tinha domicílio. Isso visa tornar legalmente inviáveis manobras para realizar operações em estados com tributação mais favorável.
- Publicidade -

Diversos estados estão sujeitos a alterações no ITCMD caso a reforma seja implementada, com mudanças nas alíquotas fixas atuais. Entre esses estados, estão Alagoas, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Roraima e São Paulo, cada um com suas particularidades em termos de alíquotas.
Além disso, um projeto de resolução em tramitação no Senado propõe elevar o teto da alíquota do ITCMD para 16%. Essa medida, se aprovada, poderia permitir que os estados que já aplicam a alíquota máxima elevem ainda mais a tributação.
Vale ressaltar que a alíquota máxima brasileira ainda se mantém abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Luís Eduardo Tavares dos Santos, sócio do RBTSSA e um dos responsáveis pelo estudo, destaca que, embora a alíquota máxima brasileira seja inferior a de outros países, não se deve considerar apenas esse fator.
Ele ressalta que, nos Estados Unidos, por exemplo, há deduções sobre o patrimônio total que não existem no Brasil, onde o imposto incide sobre o patrimônio total herdado.