Conar autoriza ‘ressurreição digital’ de Elis Regina em campanha da Volkswagen
O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) decidiu arquivar a denúncia levantada contra o uso de técnicas de Inteligência Artificial (IA) para trazer a cantora Elis Regina de volta à vida em uma campanha da Volkswagen.
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A cantora, que faleceu em 1982, foi recriada digitalmente na propaganda cantando a música “Como Nossos Pais”, ao lado de sua filha, Maria Rita.
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O anúncio da decisão veio após o conselho de ética do Conar considerar, por unanimidade, que a propaganda em questão não contrariava os princípios do Código Brasileiro de Publicidade.
O grupo concluiu que os direitos da artista foram respeitados, já que seu retorno digital foi consentido por seus herdeiros e a recriação mantinha-se fiel às atividades que Elis exercia em vida.

Como foi a utilização da Inteligência Artificial na campanha?
A peça publicitária divulgada em julho de 2023 utilizou a técnica conhecida como “deepfake”, que possibilitou a reconstrução digital do rosto da cantora Elis Regina.
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A técnica de IA é capaz de mapear rostos em fotos ou vídeos e aplicá-los em outros rostos, criando assim uma versão digital da persona.
Este tipo de tecnologia foi o principal ponto de crítica por parte dos consumidores. Contudo, o Conar esclareceu que a falta de uma regulamentação específica em vigor levou a maioria dos conselheiros a optar pelo arquivamento do processo.
O que diz a Volkswagen?
Em resposta às críticas, a Volkswagen do Brasil alegou que a utilização da imagem de Elis Regina na campanha foi previamente acordada com a família da cantora.
A proposta da campanha era criar um momento inédito e emocionante, através da união de Elis Regina e sua filha, Maria Rita.
A Volkswagen fez questão de enfatizar que a transparência é princípio ético fundamental e considerou que a utilização da ferramenta de Inteligência Artificial estava claramente evidente na peça publicitária.
Qual a repercussão da decisão do Conar?
A decisão do Conar levanta um debate importante sobre a utilização de tecnologias como o “deepfake” em propagandas.
Essa é uma questão que, cada vez mais, vai exigir dos órgãos reguladores uma postura clara e regras bem implementadas.
O caso da Volkswagen e Elis Regina pode ser o pontapé inicial para uma discussão mais ampla que envolva a ética no uso da Inteligência Artificial no campo da publicidade.