Bolsonaro investigado por esquema de joias: o que diz a Polícia Federal
Em uma recente operação realizada pela Polícia Federal (PF), tornou-se conhecido um esquema envolvendo venda de joias destinadas ao governo brasileiro.
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A operação, efetuada na sexta-feira, teve como foco um suposto esquema de desvio e venda no exterior dos bens ofertados ao ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, durante suas missões oficiais.
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Entre alguns dos investigados estão o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o advogado Frederick Wassef, o assessor Osmar Crivelatti e o próprio Mauro Cid.
Segundo o inquérito da PF, os recursos gerados com a venda dessas joias teriam sido convertidos em dinheiro vivo para o ex-presidente.
As investigações apontam que o dinheiro teria entrado no patrimônio de Bolsonaro por meio de pessoas interpostas, sem a utilização do sistema financeiro formal, com o intuito de ocultar a origem, a localização e a propriedade dos valores.

Qual a origem dessas acusações?
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A origem dessas acusações veio à tona a partir da análise de diálogos do celular de Mauro Cid realizada pela PF.
Os diálogos indicavam uma negociação para entrega de dinheiro vivo ao ex-presidente. Em uma das mensagens, Cid diz:
“Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que era melhor fazer com esse dinheiro, levar em cash aí. Meu pai estava querendo inclusive ir aí falar com o presidente, dar abraço nele, né? E aí ele poderia levar”.
Como as joias chegavam ao exterior?
Conforme a investigação, as joias chegavam ao exterior durante viagens presidenciais por meio da aeronave da Força Aérea Brasileira, enquanto Bolsonaro ainda ocupava o cargo.
Um exemplo ocorreu em uma viagem para os Estados Unidos em junho de 2022, onde Cid teria se separado da comitiva presidencial e vendido dois relógios de luxo por 68 mil dólares. Os valores teriam sido depositados na conta de seu pai no exterior, o general Cid.
O que será feito a partir dessas acusações contra Bolsonaro?
Os diálogos analisados pela PF indicam, além da existência do esquema, a ciência da ilegalidade da vendas dos bens no exterior por parte de Marcelo Câmara e de Mauro Cid.
O ministro Alexandre de Moraes afirma na decisão que esses diálogos “evidenciam que, além da existência de um esquema de peculato para desvio do acervo privado de Jair Bolsonaro os presentes de alto valor recebidos de autoridades estrangeiras, para posterior venda e enriquecimento ilícito, Marcelo Câmara e Mauro Cid tinham plena ciência das restrições legais da venda dos bens no exterior”.
Esse caso continua em plena investigação e serão tomadas as medidas necessárias conforme avança a operação da PF.