A farmacêutica multinacional Johnson & Johnson foi condenada por um tribunal na Califórnia, EUA, a desembolsar US$ 18,8 milhões, o equivalente a mais de R$ 90 milhões em conversão direta, para um paciente diagnosticado com câncer terminal.
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Anthony Hernandez Valadez, 24 anos, desenvolveu mesotelioma, um raro tipo de câncer relacionado à exposição ao amianto. A publicação da decisão ocorreu na terça-feira, dia 18.
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Anthony, alegou em sua ação que a presença do amianto no talco “Baby Powder”, produzido pela Johnson & Johnson e muito utilizado por sua mãe durante sua infância, é o motivo da sua grave doença.
De acordo com a acusação, a Johnson & Johnson estava ciente dos danos à saúde que esse produto poderia causar, mas optou por omitir essas informações. Anthony afirma que, se a sua mãe estivesse ciente desses perigos, não teria optado pelo produto.

Johnson & Johnson irá recorrer decisão
A Johnson & Johnson se posicionou sobre a decisão em um comunicado oficial, afirmando que irá recorrer por considerá-la “uma decisão errônea” por parte do júri.
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De acordo com a empresa, não foi dada a oportunidade para apresentação de “fatos cruciais” que provariam que o câncer de Anthony não tem relação com o uso do talco. Eles defendem que o produto nunca continha amianto em sua composição.
O paciente poderá receber a indenização antes de falecer?
Atualmente, Anthony encontra-se em estágio terminal, e a equipe médica estima que ele terá cerca de dois meses de vida.
Apesar disso, é incerto se ele receberá a indenização. Isso porque, mesmo com a apelação, uma determinação emitida anteriormente pelo Tribunal de Falências de New Jersey, impede o pagamento de indenizações devidas pela empresa nos processos associados ao talco.
Johnson & Johnson enfrenta outros processos semelhantes
Além do caso de Anthony, são quase 40 mil pessoas nos EUA que instauraram ações individuais ou coletivas relacionadas aos danos causados pelo “Baby Powder”.
No processo de falência, relacionado a esses casos, propõe-se um pagamento de US$ 8,9 bilhões, cerca de R$43 bilhões, para distribuição entre os demandantes.
Contudo, esse acordo requer o arquivamento de todos os processos em andamento, sem uma confissão de culpa por parte da empresa.
Muitos dos reclamantes, que desenvolveram tumores – principalmente mesotelioma e câncer de ovário – argumentam que o processo de falência seria uma fraude para evitar o pagamento de indenizações devidas.
Eles afirmam que o pedido de recuperação judicial, envolvendo apenas uma subsidiária da empresa e que está em avaliação, é uma tentativa de evitar a responsabilidade.