Discussão no Twitter: Jean Wyllys e Eduardo Leite trocam acusações e geram debates acalorados
Na última sexta-feira (14), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o ex-deputado federal Jean Wyllys se envolveram em uma discussão no Twitter que chamou a atenção.
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Tudo começou após um portal de notícias publicar uma matéria informando que o estado manterá as escolas cívico-militares.
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O bate-boca entre os dois ganhou destaque, gerando quase 4 milhões de visualizações e dominando os assuntos mais comentados do dia.
A controvérsia teve início quando Eduardo Leite compartilhou um print da reportagem do site de notícias em seu perfil no Twitter, anunciando que o governo do Rio Grande do Sul manterá as escolas cívico-militares, que atualmente somam 18 instituições estaduais nesse modelo.
Jean Wyllys, em resposta à publicação de Leite, criticou a medida e, principalmente, o fato de ter sido tomada por um político assumidamente gay.
Vale lembrar que Eduardo Leite se tornou o primeiro presidenciável a admitir publicamente sua homossexualidade em uma entrevista concedida em 2021. Wyllys insinuou que a decisão de Leite era resultado de “homofobia internalizada” e fez uma série de comentários provocativos.
Em resposta, Leite chamou Wyllys de “ignorante” e afirmou que sua fala não contribui para a construção de uma sociedade mais respeitosa e tolerante.
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O governador do Rio Grande do Sul, que se identifica como um “governador gay” em vez de um “gay governador”, defendeu que as pautas LGBTQIA+ não entram em conflito com a defesa de políticas como a manutenção de programas cívico-militares, mesmo diante dos embates históricos entre esses grupos.
A discussão entre Leite e Wyllys trouxe à tona o debate sobre as escolas cívico-militares. Criado em 2019, o programa permitia a transformação de escolas públicas para o modelo cívico-militar, em que educadores civis se responsabilizam pela parte pedagógica, enquanto a gestão administrativa fica a cargo dos militares.
Embora o governo federal tenha encerrado o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares, o governo do Rio Grande do Sul optou por manter as escolas que já operam nesse modelo.
É importante ressaltar que a militarização da educação no Brasil não é exclusiva de nenhum espectro político, tendo sido implementada tanto durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva por meio dos ministros Rui Costa e Flávio Dino, quanto durante o governo de Jair Bolsonaro.
Jean Wyllys retornou ao Brasil no final de junho, após passar quatro anos no exterior. Ele foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início deste mês.
Em 2019, Wyllys abriu mão de seu mandato na Câmara dos Deputados e deixou o país, alegando ameaças de morte, especialmente após o assassinato da então vereadora Marielle Franco.
Durante seu período fora do Brasil, Wyllys concluiu um doutorado em Barcelona, na Espanha.