Você sabia que a raça Pitbull não é responsável pela maioria de ataques caninos no Brasil?
Segundo um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, a raça pitbull é responsável por 5,8% dos acidentes. No entanto, os dados surpreendem! Isso porque a raça pitbull ficou atrás do poodle, com 7,4%.
Mas afinal, por que os ataques de Pitbull são mais divulgados nas notícias por aí?! O que será que influencia essa divulgação?! Entenda.
Leia mais
Vestir ou não vestir? Conheça as raças de cães que dispensam roupas no frio, segundo veterinários
Cachorro comendo grama? Saiba porque os animais fazem isso!
Poodles matam mais que Pitbull
Camilli Chamone, geneticista e consultora em bem-estar e comportamento canino, explica o motivo da grande divulgação de acidentes causados por essa raça.
“A maior parte dos acidentes fatais foi causada por pitbulls, mas a relevância estatística de cães abandonados ou considerados SRD é pequena – totalmente diferente da realidade brasileira. Existe, portanto, uma ‘americanização’ das notícias quando os acidentes são causados por pitbull no Brasil. Quando provocados por SRD (algo muito mais comum), raramente são divulgados“, disse Camilli.
Embora uma mordida de um pitbull possa causar mais danos físicos do que uma mordida de um cão menor, é importante entender que o potencial de agressão de um cão não está diretamente ligado ao seu tamanho ou raça.
O comportamento e a agressividade de um cão são influenciados por diversos fatores, incluindo genética, criação, socialização, treinamento e ambiente em que vivem. Em relação ao cérebro e comportamento dos pitbulls em comparação com cães menores, não há diferenças de nível cerebral que podem explicar diferenças marcantes de comportamento agressivo.
Existem várias situações que podem causar estresse nos cães, como falta de socialização adequada, mudanças no ambiente e solidão. Dessa forma, é fundamental que os donos estejam atentos aos sinais de estresse em seus cães, que podem incluir comportamentos como agressividade, destrutividade, latidos excessivos, lambedura excessiva, entre outros.
“Um cão pequenino e ‘fofo’, ‘engraçadinho’, ao morder algo ou alguém, está com sua saúde mental comprometida tal como um grande. Precisamos olhar para o sofrimento de todos e deixar de romantizá-lo ou torná-lo uma comédia nos pequenos. Com qualquer cachorro, de qualquer raça ou tamanho, é essencial trabalhar intensamente os quatro pilares do bem-estar: gerenciamento das emoções, alimentação de qualidade, sono satisfatório e rotina de exercícios físicos”, disse a geneticista Camilli.