O Peru está se destacando cada vez mais na gastronomia e ganhou um título importante no ranking dos melhores restaurantes do mundo. Confira!
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O restaurante Central, localizado em Lima, no Peru, conquistou a primeira posição no ranking da água San Pellegrino, sendo considerado o melhor restaurante do mundo.
Este feito é notável para a gastronomia latino-americana, uma vez que é a primeira vez que um estabelecimento da região alcança tal posição.
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Essa conquista faz emergir algumas reflexões sobre a aceitação internacional da gastronomia peruana e de Lima em comparação com a cozinha brasileira e seus restaurantes, como São Paulo.
É comum imaginar que Lima seja um paraíso gastronômico, onde os visitantes encontrarão delícias culinárias a cada esquina. No entanto, a realidade é um pouco diferente.
A cidade é caracterizada por sua desigualdade social e por uma pequena área onde estão situados os estabelecimentos premiados.
Esses bairros, chamados de Miraflores, San Isidro e Barranco, concentram a elite e a alta gastronomia peruana, contrastando com o restante da população e seus 8,5 milhões de habitantes.
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Por que Lima se destaca na gastronomia mundial?
Ao tentar compreender o sucesso de Lima em relação à gastronomia de São Paulo, é possível identificar duas razões principais. A primeira está relacionada à cultura alimentar da cidade.
A elite e os restaurantes de Lima incorporaram a tradição gastronômica popular e extrapolaram esse conceito em seus estabelecimentos, gerando algo verdadeiramente autêntico.
Em São Paulo, por outro lado, vemos uma elite que imita a culinária de países como França, Itália e Estados Unidos, deixando de lado a riqueza e diversidade da culinária brasileira.
Qual é o papel do investimento estatal na gastronomia?
Outro fator que ajuda a explicar a ascensão da gastronomia peruana é o investimento estatal. O governo peruano identificou a comida como uma ferramenta valiosa de soft power diplomático e investiu nessa área, obtendo resultados bastante positivos.
No Brasil, já foram feitas tentativas de replicar esse modelo, mas até o momento não obtivemos êxito. A discussão levanta a questão de se vale a pena investir na promoção da gastronomia brasileira em detrimento de outras questões mais urgentes.
Qual é o legado que a gastronomia deixa no país?
Ao analisar o exemplo do Peru e seu sucesso no ranking dos 50 melhores restaurantes do mundo, é importante ponderar o que realmente importa para a população e o país como um todo.
O prestígio internacional trazido pela gastronomia é bem-vindo e digno de comemoração, mas não deve ser encarado como uma solução definitiva para os problemas sociais e econômicos enfrentados.
Ao investirmos em diferentes áreas e valorizarmos nossa própria cultura, podemos buscar um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável no longo prazo. E, como diz o ditado, “não se vive só de pão”.