Choque Subterrâneo: São Paulo treme, mas evita terremoto

O súbito tremor de terra registrado hoje em São Paulo provocou agitação entre a população, impulsionada pela rápida disseminação de informações nas redes sociais.

Moradores do interior foram surpreendidos por um alerta da defesa civil sobre a ocorrência do tremor, aumentando ainda mais o pânico.

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O tremor foi sentido principalmente por residentes da Baixada Santista, na costa de São Paulo, e em cidades do Vale do Ribeira, próximo ao interior do estado.

O Instituto de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) registrou um abalo de magnitude 3,9, com epicentro no município de Iguape.

A Defesa Civil do Estado notificou que um abalo sísmico foi sentido na região do Vale do Ribeira por volta das 8h22.

Contudo, o Corpo de Bombeiros e a própria Defesa Civil não registraram nenhuma chamada para ocorrências com vítimas ou danos estruturais.

Terremoto em São Paulo?

Os tremores também foram registrados em cidades costeiras como Itanhaém e Peruíbe, bem como nas cidades de Miracatu e Registro.

Apesar de alguns chamarem o evento de terremoto, especialistas esclarecem que o termo não é adequado neste caso.

“Este é um sismo leve, não um terremoto”, explicou um professor em entrevista. “Não houve danos estruturais. Obviamente, isso assusta as pessoas, mas está longe de causar danos significativos às residências ou à infraestrutura.”

O professor continuou explicando que, contrariamente ao que muitos possam pensar, o Brasil não está isento de tais eventos.

Sismos leves ocorrem no país, ainda que raros. Segundo ele, isso é consequência do movimento da placa sul-americana, que se desloca de leste para oeste, afastando-se da África.

“Este movimento não ocorre de maneira homogênea dentro da placa. Existem partes que se movem um pouco mais rápido do que outras, podendo reativar falhas geológicas existentes e provocar uma acomodação das rochas em grande profundidade”, explica.

Geografia do Brasil

Ele acrescenta que a situação geológica do Brasil é muito diferente da de países como o Chile, onde tremores de magnitude cinco a sete são bastante comuns.

Com o advento das redes sociais e a maior cobertura da imprensa, há uma percepção de que esses eventos estão ocorrendo com maior frequência no Brasil. No entanto, ele assegura que isso está dentro de uma frequência normal.

As únicas regiões no Brasil onde ocorrem sismos mais acentuados são o Acre, próximo à Cordilheira dos Andes, uma zona muito ativa sismicamente, e o litoral nordeste, especialmente em áreas próximas a Recife.

“Em geral, esses tremores não causam danos estruturais significativos”, conclui o professor. “Exceto para essas duas regiões – o litoral do Nordeste e o Acre – todas as outras áreas do Brasil que sofrem pequenos sismos estão na magnitude de dois, três, quatro, como aconteceu hoje.”