Bolsonaro e o cartão de vacinação: ex-presidente deve depor nesta terça-feira (16)
Ex-presidente Bolsonaro depõe à PF sobre fraude em cartão de vacinação e possível crime nos EUA. Saiba mais detalhes do escândalo e investigação.
O ex-presidente Jair Bolsonaro deve prestar depoimento na Polícia Federal, nesta terça-feira (16/5), no terceiro depoimento em menos de dois meses.
Desta vez, o inquérito investiga um possível envolvimento do ex-presidente em esquema de fraude em seu cartão de vacinação.
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De acordo com a investigação, assessores próximos de Bolsonaro teriam colaborado na emissão de certificados falsos de imunização contra a covid-19 para garantir a entrada dele e de sua filha nos Estados Unidos no final de 2022.
O que deve ser investigado no depoimento?
A Polícia Federal busca esclarecer se Bolsonaro tinha conhecimento da suposta falsificação de documentos.
Caso sua participação seja comprovada, ele poderá responder pelo crime de inserção de dados falsos em sistemas de informação, com pena de até 12 anos de prisão e multa.
Além disso, a PF investiga se os certificados falsos foram usados por Bolsonaro em alguma ocasião, o que pode configurar crime federal nos Estados Unidos.
Por que é a terceira vez que Bolsonaro depõe em menos de dois meses?
O ex-presidente já prestou depoimentos anteriores sobre joias recebidas da Arábia Saudita e não declaradas à Receita Federal e sobre sua suposta influência nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro.
No caso do certificado de vacinação, ele chegou a ser convocado a depor no dia 3 de maio, mas não quis falar à polícia naquele momento.
A expectativa é que, desta vez, Bolsonaro fale à PF para tentar se defender das acusações. Uma possibilidade é que ele alegue desconhecimento da suposta falsificação e atribua eventuais crimes a seus subordinados.
O que diz a Polícia Federal?
Segundo a PF, registros no aplicativo ConecteSus, do Ministério da Saúde, indicam que a conta associada ao ex-presidente foi acessada de dentro do Palácio do Planalto por seu ex-ajudante de ordens para a emissão de comprovantes falsos. Isso reforça a hipótese de que Bolsonaro sabia da falsificação.
Além de questionar Bolsonaro no depoimento, a PF ou a Procuradoria-Geral da República podem buscar apurar essa informação diretamente com os Estados Unidos, através de acordo de cooperação bilateral para investigações criminais entre os dois países.