Rita Lee: confira algumas músicas que foram censuradas pelos militares
Já em clima de saudade da gigante Rita Lee, conheça algumas músicas que foram censuradas ao longo dos anos. Não perca!
Durante a ditadura militar no Brasil, Rita Lee foi uma das cantoras mais censuradas devido às críticas que ela fazia à moral e aos bons costumes da época.
Norma Lima, professora da UERJ e doutora em literatura, pesquisa a vida da rainha do rock brasileiro há mais de 30 anos e afirma que dezenas de músicas foram vetadas, incluindo um disco inteiro, o “Bombom”.
Rita Lee era uma mulher à frente do seu tempo e seu comportamento livre ia contra o que se esperava de uma mulher nos anos 60 a 80. Algumas das letras censuradas de Rita incluíam referências ao ciclo menstrual e expressões consideradas inadequadas.
Rita Lee foi rotulada, mas, segundo Norma, ela não se encaixava em etiquetas e isso era o que a tornava incomum.
Lista de músicas censuradas de Rita Lee
- Afrodite, que se chamaria Banho de Espuma
- Arrombou o cofre
- As duas faces de Eva
- Barriga de mamãe
- Bobagem
- Cor de Rosa choque
- De leve, que cantou com Gilberto Gil
- Gente fina é outra coisa
- Lança Perfume
- Muleque Sacana
- Papai, me empresta o carro
- Perigosa, que cantou com As Frenéticas
- Posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o rock n’ roll
- Top Top
- x-21
Por que a Ditadura proibiu as faixas?
O biógrafo de Rita Lee, jornalista Guilherme Samora, teve acesso a documentos do Arquivo Nacional que revelam os motivos pelos quais as músicas da cantora foram censuradas durante a Ditadura Militar no Brasil.
Segundo os documentos, a música “Arrombou o cofre” foi vetada pelos censuradores porque contém críticas políticas e insultos a personalidades públicas da época, o que infringia a Lei de Segurança Nacional.
Além disso, os versos finais da música contêm uma incitação à rebelião popular, o que também era proibido pela lei.
A música fazia parte do álbum Bombom, que também foi alvo da censura. O álbum foi vendido com restrições, incluindo a proibição de sua execução em rádios e locais públicos, e a venda era proibida para menores de 18 anos.
Samora afirmou que o álbum é “um dos discos mais lindos da Rita”, apesar das restrições impostas pelo governo da época.