Descoberta revolucionária: cientistas afirmam ter encontrado a chave para a longevidade humana
Pesquisadores em demografia e longevidade têm questionado, após extensas pesquisas, a busca incessante da medicina e da humanidade por uma vida longa, afirmando até mesmo que o “Santo Graal” da saúde já foi encontrado. Para essa discussão, eles utilizam cálculos estatísticos e uma abordagem diferente para determinar os fatores que permitem uma vida longa e, acima de tudo, aproveitável.
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Na França, terra natal do renomado pesquisador da área, Jean-Marie Robine, existem cerca de 30 mil centenários, 30 vezes mais do que havia há um século. Em todo o mundo, há aproximadamente 570.000 pessoas com mais de 100 anos de idade.
Conforme o tempo passa, a idade avançada começa a se tornar menos impressionante. Mas o que isso significa para a expectativa de vida e, especialmente, para seu limite?
Em busca da longevidade: descobrindo os segredos dos supercentenários
A expectativa de vida humana é um mistério que a ciência ainda não desvendou completamente, assim como o método para viver muito. Ao serem questionados sobre seus segredos para uma vida longa, os supercentenários (pessoas com mais de 110 anos) apresentam respostas diversas e conflitantes, desde “bondade” até “evitar homens” e “fumar 30 cigarros por dia”. Em outras palavras, não há uma fórmula fixa para viver mais.
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Para investigar esse mistério, alguns pesquisadores adotaram métodos estatísticos para descobrir quantos supercentenários já existiram e quando eles viveram e morreram. Em 1825, o matemático Benjamin Gompertz desenvolveu um método para calcular como as chances de morte aumentavam à medida que alguém envelhecia.
Descobriu-se que, a partir dos 92 anos, as chances de sobrevivência estabilizavam em 25% por ano, o que sugere um aumento na chance de sobrevivência em idades extremas.
A questão não se resume a uma simples questão biológica, mas sim a uma questão matemática. O risco de mortalidade aos 92 anos era tão elevado que seria necessária uma quantidade impossível de seres humanos vivendo até essa idade para que alguém pudesse ter chances de sobreviver até os 192 anos.

Essa quantidade seria de 3 trilhões de pessoas, o que representa 30 vezes mais do que todos os seres humanos que já nasceram no planeta. Na época, o número de pessoas acima dos 90 anos era muito reduzido para calcular a sua taxa de mortalidade de maneira coerente.
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Novos cálculos realizados em 2016 indicaram que a taxa de mortalidade aumenta após os 100 anos, apontando para um possível “limite” aos 125 anos. No entanto, dois anos depois, estudos mostraram que a taxa de mortalidade cresce exponencialmente até os 80 anos e, em seguida, desacelera e se estabiliza após os 105 anos.
Portanto, não há um limite claro para a expectativa de vida, mas sim uma questão de quantas pessoas conseguem sobreviver até idades extremamente avançadas, o que aumenta as chances de outros indivíduos atingirem a mesma idade ou mais. No entanto, há uma escassez de dados para realizar esses cálculos de forma precisa.
Mesmo a pessoa que detém o recorde de idade mais avançada na história da humanidade, Jeanne Calment, teve que passar por rigorosos questionamentos e verificações para confirmar sua idade incrível de 122 anos, 5 meses e 15 dias. Nascida em 1875, a francesa viveu durante a presidência de 20 líderes e faleceu em 1997. Para confirmar sua idade, Robine, o pesquisador da área, comparou as informações fornecidas por Calment com registros da igreja, censos e certificados de óbito.
A abordagem de outros profissionais em relação à expectativa de vida humana é diferente, não se baseando em taxas de mortalidade e cálculos. Jay Olshansky, epidemiologista da Universidade de Illinois e amigo de Robine, considera que a simples dificuldade em calcular as taxas de mortalidade acima dos 110 anos já nos indica que há um limite para a longevidade humana.
Embora possa haver indivíduos que vivam além dos 120 anos no futuro, isso não significa que a expectativa de vida humana aumentará indefinidamente. Na opinião de Olshansky, a nossa obsessão com idades avançadas não reflete uma abordagem correta da questão. A vida dos seres humanos modernos já é excepcionalmente longa em comparação com períodos anteriores.
Em 1990, Olshansky publicou um artigo demonstrando que, se o câncer fosse erradicado – doença responsável por 22% das mortes nos Estados Unidos à época – a expectativa de vida dos americanos aumentaria em apenas 3 anos. Após certa idade, caso não se morra de uma doença, outra está à espreita. Por isso, é possível que a melhor estratégia seja enfocar na melhoria da qualidade de vida, em vez de simplesmente prolongá-la.
Uma parte significativa dos esforços para melhorar a qualidade de vida das pessoas envolve identificar quando a saúde começa a deteriorar, especialmente em termos de fragilidade. Indicadores como isolamento social, mobilidade e condições de saúde são calculados automaticamente pelo Sistema Nacional de Saúde (NHS) da Inglaterra para todos com mais de 65 anos, na tentativa de ajudar as pessoas a viverem mais e evitar as duas principais causas de visitas ao hospital por idosos – quedas e respostas adversas a medicamentos.
No entanto, é possível que os indicadores de fragilidade sejam úteis muito antes na vida. Embora altos índices estejam associados a uma alta mortalidade em idosos, essa relação é bastante pronunciada aos 50 anos, quando os índices de fragilidade aumentam abruptamente.
Nessa perspectiva, descobrir como e quando a saúde começa a piorar em pessoas jovens pode ser ainda mais importante – 65 anos é muito tarde para avaliar isso. Embora não haja um grande segredo ou fórmula para alcançar idades incrivelmente avançadas, a genética e a ciência ainda têm muito a aprender com os supercentenários, relacionando genes humanos com os de animais e descobrindo alguns fatores biológicos envolvidos com a vida longa.
Em última análise, devemos aceitar que há fatores fora de nosso controle na vida de alguém que ultrapassa os 110 anos, mesmo com vidas saudáveis, bons genes e excelentes cuidados médicos. Assim, talvez seja melhor focar em melhorar a vida que vivemos agora, em vez de nos concentrarmos em hipotéticas melhorias futuras.