Telegram na mira da justiça brasileira por suspeita de proteger neonazistas
A plataforma de mensagens Telegram foi ordenada pela Justiça a entregar dados completos sobre grupos neonazistas na plataforma para a Polícia Federal.
No entanto, a empresa se recusou a fornecer números de telefone de integrantes e administradores de um dos grupos em questão, o que levou à decisão da Justiça de suspender o aplicativo no Brasil.
As operadoras de telefonia e as lojas de aplicativos Google e Apple foram notificadas para retirar o Telegram do ar imediatamente.
A multa aplicada ao Telegram por não cumprir com a ordem judicial foi aumentada para R$ 1 milhão por dia de recusa em fornecer os dados solicitados. A empresa ainda não se pronunciou sobre a decisão.
Telegram e os ataques às escolas
De acordo com a Polícia Federal, a solicitação de acesso aos dados do grupo neonazista ocorreu após a investigação do ataque a uma escola em Aracruz, que resultou em quatro mortes.
Durante as investigações, foi descoberta a interação do assassino, de apenas 16 anos, com grupos que compartilham conteúdos antissemitas no Telegram.
Com o intuito de apurar as conexões e se houve influência no crime, a polícia pediu que a plataforma entregasse os dados de administradores e integrantes do grupo em questão.
Segundo a PF, o menor infrator era integrante de grupos que compartilhavam material de extremismo ideológico, incluindo tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, tutoriais de fabricação de artefatos explosivos e promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas.
Grupos neonazistas
O envolvimento de grupos neonazistas em atos violentos tem chamado a atenção das autoridades, levando à realização de operações que visam adolescentes e adultos com conteúdo antissemita em suas redes sociais.
O ministro Flávio Dino afirmou que a PF descobriu a conexão entre esses grupos neonazistas e adolescentes influenciados a praticar violência em escolas, e que há células recrutando jovens no Maranhão para tal prática.
Diversas operações foram realizadas em diferentes estados brasileiros, resultando na apreensão de materiais e objetos nazistas, além de armas e facas.
A investigação da PF sobre o grupo neonazista no Telegram veio a partir do pedido de acesso aos dados para apurar se houve influência no crime em Aracruz.