Ultraprocessados causam 57 mil mortes por ano no Brasil
Com cada vez menos tempo e com os alimentos saudáveis mais caros, os brasileiros optam pelas “refeições rápidas” e ultraprocessadas. Veja!
Um estudo realizado por universidades Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade de São Paulo (USP) e Universidad de Santiago de Chile revelou que diversos alimentos ultraprocessados causaram até 57 mil mortes no Brasil em 2019, número superior ao de assassinatos no mesmo período.
Alguns alimentos da extensa lista são: salsichas, macarrão instantâneo e refrigerantes, biscoitos e balas.
As doenças crônicas não transmissíveis, como câncer e hipertensão, são diretamente relacionadas a esses alimentos.
Reduzir o consumo desses produtos em 20% poderia ter evitado 12 mil mortes no país.
População infantil
A priorização de subsídios para produtos industrializados e a falta de incentivo à produção de frutas e legumes pelos pequenos produtores são considerados os principais problemas.
Para as crianças, a situação é preocupante.
A pediatra e nutróloga do Centro de Recuperação e Educação Nutricional (Cren), Maria Paula de Albuquerque, afirma que a indústria de alimentos ultraprocessados no Brasil não é cobrada pelos danos que pode causar à saúde dos consumidores.
Muitas pessoas desenvolvem diabetes, obesidade, e câncer muito antes do tempo “esperado”.
Rótulo dos ultraprocessados
Os rótulos dos alimentos são uma importante ferramenta para que os consumidores possam fazer escolhas mais conscientes e informadas sobre o que estão comprando e consumindo.
No Brasil, a Anvisa tem trabalhado para aprimorar a rotulagem dos alimentos, com o objetivo de fornecer informações mais claras e precisas sobre o conteúdo nutricional dos produtos.
Em 2019, a agência adotou um modelo de rotulagem frontal que indica ao consumidor os alimentos com alto índice de sódio, açúcar e gordura.
Esse modelo de rótulo é obrigatório para alimentos embalados, processados e ultraprocessados, e tem sido amplamente discutido pela sociedade civil e por especialistas em nutrição.
No entanto, algumas vozes defendem que a rotulagem frontal deveria ser ainda mais clara e informativa, como é o caso da rotulagem frontal octogonal adotada no Chile.
Esse modelo de rótulo de advertência, que é destacado em octógono quando o alimento contém substâncias potencialmente nocivas à saúde, como bebidas alcoólicas e cigarros, tem sido considerado um exemplo de boa prática em termos de rotulagem de alimentos.
Para Maria Paula de Albuquerque, é importante que o Brasil adote uma rotulagem frontal mais informativa e clara, que privilegie as informações de alerta para o consumidor, como alimento com alto teor de gordura ou açúcar.
Segundo ela, isso ajudaria a desestimular o consumo de alimentos ultraprocessados, que estão associados a uma série de problemas de saúde, como obesidade, diabetes e hipertensão.