Mulheres dirigem pior que os homens? Estudos mostram que teoria não passa de machismo

Provando que a sociedade é machista ao falar sobre mulheres no trânsito, estudos provam que o sexo feminino é melhor que o masculino no volante. Veja!

No Brasil, ainda é comum ouvirmos expressões machistas relacionadas às habilidades das mulheres ao volante, como “tinha que ser mulher”.

Entretanto, tais afirmações não possuem base em fatos ou estatísticas confiáveis.

Na verdade, quando consideramos as evidências, podemos constatar que as mulheres são, em muitos aspectos, melhores motoristas do que os homens.

Uma análise das estatísticas de acidentes de trânsito revela que, embora o sexo feminino represente uma parcela menor dos motoristas habilitados, elas se envolvem em menos acidentes do que os homens.

De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em 2020, dos 188.987 acidentes registrados no país, apenas 28% envolveram mulheres, enquanto 72% envolveram homens.

Além disso, as mulheres também apresentaram uma taxa de mortalidade menor em acidentes de trânsito.

Por que as mulheres são melhores no volante?

Número de fatalidades

Dados divulgados pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) revelam que em 2022 ocorreram 5.397 mortes no trânsito no estado, sendo que a grande maioria das vítimas era do sexo masculino.

Dos 5.397 óbitos, 4.443 eram homens, o que representa 82,3% do total de mortes.

As motoristas do sexo feminino, por sua vez, foram responsáveis por 932 óbitos, representando 17,2% do total.

Há ainda 22 óbitos sem o sexo confirmado.

Menos acidentes

Um recente levantamento feito pelo aplicativo ZigAuto em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontou que o número de acidentes de trânsito envolvendo mulheres é menor do que em comparação aos homens.

Essa conclusão é baseada em dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), Detrans estaduais e IBGE.

De acordo com o estudo, em alguns tipos de acidentes, elas são menos envolvidas do que os homens.

No caso de engavetamentos, por exemplo, elas representam apenas 24,1% dos casos, enquanto os homens correspondem a 75,9%.

Já nas colisões traseiras, as mulheres também apresentam uma porcentagem menor, com 24,5% de ocorrências, em comparação aos homens, que são responsáveis por 75,5%.

Em relação aos capotamentos, elas ainda são minoria, com 30,8% dos casos, enquanto os homens estão envolvidos em 69,2%.

Por fim, nos atropelamentos, as mulheres representam 29% dos casos, enquanto os homens estão envolvidos em 71%.

Multas

O cuidado e o respeito às leis de trânsito são fundamentais para garantir a segurança de todos os envolvidos nas vias.

Infelizmente, muitos motoristas ainda negligenciam essas normas, colocando em risco a vida de pedestres e outros condutores.

No entanto, um estudo recente do aplicativo Zul+, da Estapar, revela que as mulheres estão mais atentas às regras do trânsito do que os homens.

De acordo com as estatísticas, 79% das multas pagas na plataforma são cometidas por homens, enquanto apenas 21% são cometidas por mulheres.

É importante notar que, embora os homens representem a maioria dos usuários do aplicativo, com 63% dos registros, as mulheres ainda se destacam pela responsabilidade no trânsito.

De fato, mesmo com apenas 37% dos usuários sendo do sexo feminino, elas ainda são responsáveis por uma proporção significativamente menor de multas.

Esses dados são uma indicação clara de que as mulheres estão mais conscientes sobre a importância de seguir as leis de trânsito.