Conheça os luditas, um grupo de adolescentes avessos a interações digitais
Em vez de conversar por chats, mensagens de texto ou por postagens em redes sociais, o grupo se reúne uma vez por semana.
O Clube Luditas, foi fundado por um estudante do ensino médio, e batizado em homenagem a Ned Ludd, um trabalhador do séx. XVIII, que teria iniciado um protesto contra a industrialização ao quebrar um tear mecanizado.
A estudante que deu origem ao clube é Logan Lane, uma adolescente de 17 anos que durante o lockdown percebeu o quanto estava sendo consumida pela era digital.
Após excluir o instagram, a jovem guardou seu celular e começou a provar o gostinho da vida off-line. Aos poucos, outros jovens se uniram a Lane, e hoje o clube já conta com 25 integrantes, e continua a receber novos membros.
“É uma sensação incrível poder sair e desconectar completamente”, disse Odille, enquanto ela e seus colegas se sentavam em um círculo ao redor de uma fogueira que acabavam de acender. “Não precisamos nos preocupar com notificações, curtidas ou comentários. Podemos simplesmente ser nós mesmos e desfrutar da natureza”.
Os membros do clube acreditam que as redes sociais e a tecnologia excessiva podem causar ansiedade, depressão e isolamento social. Eles veem o Clube Luditas como uma maneira de combater esses efeitos negativos, promovendo a conexão humana real e o contato com a natureza.
Como são os encontros luditas?
O grupo se reúne semanalmente, em frente à Biblioteca Central do Brooklyn. Dali eles vão para o Prospect Park, escondem seus aparelhos e caminham colina acima.
Odille Zexter-Kaiser, citada acima, diz: “Não é visto com bons olhos se alguém não aparecer. Estamos aqui todos os domingos, faça chuva ou faça sol, ou mesmo neve. Nós não mantemos contato uns com os outros, então você tem que aparecer”.
Ali, longe das multidões, os amigos, sentados em um círculo, aproveitam momentos de serenidade e introspecção. Alguns jovens aproveitam o tempo para pintar, ler ou simplesmente, “ouvir o vento”.
Enquanto os adolescentes cantavam e tocavam música ao redor da fogueira, era evidente que eles haviam encontrado algo especial no Luddite Club. Eles haviam encontrado uma comunidade de pessoas que compartilham seus valores e uma forma de viver de forma autêntica e consciente.
Odille conclui: “É importante lembrar que a tecnologia é uma ferramenta e não deve controlar nossas vidas. Este clube me ajudou a encontrar um equilíbrio saudável entre a tecnologia e a vida real”.