Morte de indígenas Yanomamis: Bolsonaro rebate Lula após críticas

Após críticas feitas por Lula sobre o estado de saúde visto dos yanomami decorrentes das políticas do governo Bolsonaro, o ex-presidente se pronunciou. Veja!

Após a visita do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às terras Yanomami em Roraima, o ex-presidente Bolsonaro (PL) se comunicou com seus apoiadores através de um grupo no Telegram.

Na mensagem que foi enviada neste domingo (22), Bolsonaro nega descaso com a saúde e desnutrição dos indígenas durante o seu governo, e alerta à crise humanitária desses povos, que além da condição citada, também sofrem com a malária e não possuem acesso a atendimento médico.

Bolsonaro diz que as alegações são “mais uma farsa da esquerda”, inclusive usando a frase como o título do texto.

Ele afirma para os fãs que cuidados com saúde indígena “são” prioridades do seu governo, como se ainda estivesse à frente do Brasil.

Povo Yanomami

Os Yanomami ficam localizados em Roraima e possui cerca de 30,4 mil habitantes, de acordo com dados do Ministério dos Povos Indígenas, que foi criado no governo Lula.

No ano passado (2022), 11,530 casos de malária foram registrados pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. A estimativa é de que 570 crianças indígenas tenham morrido por falta de acesso à saúde nos últimos quatro anos.

Em 2021 começaram as inúmeras denúncias de abandono aos Yanomami, que duram até hoje. O STF chegou entrar no caso e solicitar mais informações a cerca da crise do governo Bolsonaro.

Além disso, o Ministério Público Federal pediu ao Ministério da Saúde para fazer um plano estratégico para a área.

Os indígenas convivem lado a lado com a violência em ações de pistoleiros contratados por garimpeiros, fazendeiros e madeireiros do local para os aterrorizarem.

Existem diversos relatos de exploração física e sexual, além de assassinatos por disputa de terras pertencentes às tribos.

Relato de Lula

Se mostrando desesperado e chocado com o que viu, o presidente disse:

“É desumano o que eu vi aqui. O presidente que deixou a presidência esses dias, se ao invés de tanta motociata, tivesse vergonha e viesse aqui, quem sabe esse povo não estivesse abandonado como está (…) A saúde deve ir lá na aldeia e não esperar que eles venham aqui na cidade. Nós vamos civilizar o tratamento que se dá aos povos indígenas.”

Nas redes sociais, o clima de indignação também é encontrado após uma foto de uma indígena desnutrida, em estado grave de saúde, ser viralizada. No domingo (22), a Urihi Associação Yanomami informou que a mulher morreu.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, começou uma investigação da Policia Federal (PF) para confirmar se aconteceram crumes ambientais e de genocídio nas terras indígenas.

Os deputados federais do Partido dos Trabalhadores fizeram uma representação no MPF contra Bolsonaro e a ex-ministra dos Direitos Humanos, Damares.

Nota de Bolsonaro

Na última sexta-feira (20), o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública, após serem identificadas crianças e idosos indígenas em estado de saúde grave.

Os casos são de malária, infecção respiratória aguda e desnutrição.

Bolsonaro fala na nota que 20 ações foram realizadas em dois anos pelo governo federam para que os indígenas recebessem atendimento em áreas de difícil acesso.

De acordo com ele, aproximadamente meio milhão de indígenas foram atendidos, além de equipamentos médicos presentes nas operações de saúde.

“Foram beneficiados mais de 449 mil indígenas, com 60 mil atendimentos. O Governo Federal encaminhou 971,2 mil unidades de medicamentos e 586,2 mil unidades de equipamentos de proteção individual (EPI), totalizando 1,5 milhão de insumos enviados para essas operações”, escreveu no Telegram.