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Politicamente correto; o que é e como surgiu?

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Frases como as ditas pelo presidente Lula são extremamente comuns: “Tá proibido contar piada. O mundo tá chato pra cacete, o mundo tá pesado, sabe? Todas as piadas agora viraram politicamente erradas.”

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O conceito de ser politicamente correto atinge o ego de milhões de pessoas. Diante de erros e acertos, vive o ser humano. Inclusive, ressaltamos que não nascemos para atingir a perfeição.

Por outro lado, manter sua ética e moral de acordo com os direitos fundamentais que não ferem o próximo é essencial. Desta forma, o caminho para ser politicamente correto já se inicia.

Percebemos que, o futuro presidente do país, ao mesmo tempo que preza pela valorização da população brasileira, diz frases como as mencionadas acima acerca das piadas feitas com os nordestinos.

No entanto, há como atingir esse perfil de ser politicamente correto? Conseguiremos atrelar isso à nossa evolução pessoal? Entenda como surgiu o conceito e qual a importância de ser politicamente correto para o bom convívio social.

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Críticas ao politicamente correto

Politicamente correto
Charge com o título de “Politicamente correto”. Fonte: ASMETRO-SI.

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O que o politicamente correto, afinal? De onde ele veio? Especialistas afirmam que surgiu como um movimento da esquerda, em defesa da substituição de expressões, atitudes e percepções socialmente aceitas.

O que também é considerado ofensivo ou ameaçador para alguns grupos da sociedade, como mulheres, negros, indígenas, homossexuais e pessoas com deficiência.

Pouco tempo após o surgimento do “politicamente correto”, a direita americana conseguiu associar fatos negativos à expressão. Ou seja, passou a ser uma forma de censura e ataque à liberdade de expressão, através de um suposto vitimismo.

As minorias passaram a argumentar que a expressão virou uma espécie de arma usada para silenciá-las. Desta forma, pessoas apontam que não podem mais fazer críticas ou questionamentos porque são acusadas de ser politicamente corretas.

Essas pessoas também são acusadas de se vitimizarem, exagerarem, praticarem patrulha ideológica, serem sensíveis demais (nomeadas de “geração floco de neve”) ou de serem “mimizentas”.

Especialistas defendem que esse debate, de um ser humano ser politicamente correto, possui impacto extremamente baixo se a própria sociedade que criou expressões consideradas incorretas não mudarem ou evoluírem.

Origens do politicamente correto

A expressão se popularizou dos anos 70 aos 90 nas universidades norte-americanas. O professor de Ética Pública da Universidade Charles Sturt, Clive Hamilton, disserta sobre a expressão.

Explica ele que, quando surgiu o “politicamente correto”, ainda era uma espécie de paródia entre ativistas de esquerda a partir de uma tradução de textos comunistas da China, principalmente aqueles da Revolução Cultural.

O professor inicia: “Mas se a frase ‘isso é politicamente incorreto’ era dita de forma irônica, ela também tinha uma intenção séria: desafiar o outro a pensar sobre o poder social da palavra e os estragos que ela poderia causar.”

Hamilton aborda que o politicamente correto era ‘político’ ao visar as mudanças sociais em um momento crítico: “[…] atitudes racistas, sexistas e homofóbicas encontravam expressão na linguagem cotidiana.”

Clive completa que as atitudes da época não eram censuradas, mesmo que as palavras promovessem humilhação, depreciação ou ameaça às minorias naquele contexto histórico e social.

Ele diz que a disseminação impacta: “À medida que essa forma de policiamento linguístico se espalhou, tornou-se um meio altamente eficaz de enfrentar os preconceitos profundamente enraizados embutidos nas palavras e expressões cotidianas.”

Outro professor, porém também pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Wilson Gomes, explica que o politicamente correto está associado ao que se chama de identitarismo ou políticas identitárias.

Ele afirma que a posição dentro do espectro da esquerda passou a substituir a luta de classes pela luta identitária, numa espécie de identidade versus sociedade a partir dos anos 60.

A relação entre o cancelamento e o politicamente correto

politicamente correto versus cultura do cancelamento
Fonte: Canaltech.

Um aspecto peculiar atrelado ao politicamente correto se dá com a cultura do cancelamento. Essa questão vem gerando uma polêmica ao reverter o próprio cancelamento.

Um lado da briga mostra os que denunciam essa nova forma de julgamento público, que ocorre em suma nas redes sociais, mas também leva à censura e ameaça a liberdade de expressão.

Os opositores já rebatem afirmando que o cancelamento é uma espécie de rótulo utilizado como artifício por quem tenta diminuir críticas e boicotes legítimos contra pessoas ofensivas, racistas ou homofóbicas, por exemplo.

Esse fator relembra o uso indiscriminado da expressão “politicamente correto”, usada como guarda-chuva para muitas coisas diferentes. Por muitas vezes, o uso indevido leva à outra face.

Os boicotes digitais são considerados um movimento, com sua força crescente na última década. Os boicotes servem para amplificar a voz de grupos oprimidos e forçar ações políticas de empresas ou figuras públicas.

Esses grupos não possuem força política ou econômica para conseguir mudanças sozinhos. Portanto, adotam uma tática de registro do momento. Quando publicado nas mídias, viraliza.

Como por exemplo, um usuário do Twitter ou Facebook, que presencia um ato considerado errado. A pessoa registra o ocorrido em vídeo ou foto e posta em sua conta.

Com a necessidade de marcar a empresa empregadora do denunciado, autoridades públicas e influenciadores digitais que possam amplificar o alcance da mensagem. É mais que comum que a publicação circule em alta nas mídias.

A má repercussão diante do ocorrido geram uma cascata de mensagens a uma empresa, precipitando atitudes sumárias para estancar o desgaste de imagem do denunciado.

Como exemplo, é possível cancelar contratos ou negócios com o alvo do boicote, sem que a pessoa sob ataque possa necessariamente se defender na internet ou nos meios oficiais (justiça).

Diante disso, alguns críticos relacionam esses boicotes a um linchamento público. Um grupo de 150 jornalistas, intelectuais, cientistas e artistas, considerados progressistas, qualificou isso como uma “atmosfera sufocante”.

Em conjunto, todos resolveram publicar na revista americana Harper’s Magazine, em 2020, um texto intitulado “Uma carta sobre Justiça e Debate Aberto”. Esta também foi assinada por grandes nomes da indústria.

A carta afirma que “a livre troca de informações e ideias, força vital de uma sociedade liberal, tem diariamente se tornado mais restrita”, fazendo relação à cultura do cancelamento ao politicamente correto.

Nomes como o linguista Noam Chomsky, os escritores J.K. Rowling e Andrew Solomon, a ativista feminista Gloria Steinem, a economista trans Deirdre McCloskey, e o cientista político Yascha Mounk, entre outros, assinaram a carta.

O documento segue: “Enquanto esperávamos ver a censura partir da direita radical, ela está se espalhando também em nossa cultura: uma intolerância a visões opostas, um apelo à vergonha pública e ao ostracismo e a tendência de dissolver questões políticas complexas com uma certeza moral ofuscante”.

A resposta à carta dentro do próprio movimento progressista não foi tardia. Um grupo de artistas, intelectuais e jornalistas de veículos como New York Times e NPR acusou os autores da carta de certos feitos.

Eles foram criticados do uso indevido de seu alto sucesso profissional e posição confortável no mercado por ignorar as dificuldades de minorias, como negros e população LGBTQ+, atingindo o debate público no mundo acadêmico, nas artes, no jornalismo e no mercado editorial.

A crítica se inicia: “Os signatários, muitos deles brancos, ricos e dotados de plataformas enormes, argumentam que têm medo de ser silenciados, que a chamada cultura do cancelamento está fora de controle.”

“[…] eles temem por seus empregos e pelo livre intercâmbio de ideias, ao mesmo tempo em que se manifestam em uma das revistas de maior prestígio do país”, afirmam os signatários do novo documento, intitulado “Uma carta mais específica sobre Justiça e debate aberto”, conclui-se a resposta.

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