Laura Sito (PT), 1º deputada negra do Rio Grande do Sul protestou contra trecho racista do hino do Estado como forma de resistência.
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O que aconteceu?
Laura Sito estava na cerimônia de diplomação para ser uma futura integrante da Assembleia Legislativa gaúcha e aproveitou para protestar contra um trecho considerado racista do hino do Estado.
A parlamentar se sentou e se recusou a cantar a estrofe abaixo:
“Mas não basta para ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo”
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Resistência:

“Dialoga com uma ideia que justifica a desumanização das pessoas escravizadas no Brasil”, disse ela.
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A petista enfatiza que o RS desmerece um grupo social ao cantar essa música, os tornando invisíveis na história do lugar: “Manter a estrofe é de fato não ter a sensibilidade de ter um hino que possa representar o conjunto da sociedade gaúcha, que também é composta pelos povos negros, que descende de pessoas que foram escravizadas no estado e no país. Nós fazemos parte da história do nosso estado com suor e sangue.”
Escrito por Francisco Pinto da Fontoura pouco antes do início do século 20, militar e poeta, o hino foi composto depois da Guerra dos Farrapos, conhecida pelo caráter republicano durante o Brasil Império.
Revolução Farroupilha e o Massacre dos Porongos
A deputada eleita se recorda do grupo de mais de cem soldados negros que foram assassinados.
Durante 1835 a 1845, os farroupilhas se uniram aos soldados negros escravizados de seus inimigos para usá-los no campo de batalha, com a promessa da liberdade. Porém, relatos afirmam que houve uma chacina contra os guerrilheiros Porongos, facilitada pelo geral gaúcho David Canabarro, fruto de um acordo com Dom Pedro 2º.
Já houveram outros protestos contra o hino
A bancada negra da Câmara de Porto Alegre composta por Bruna Rodrigues (PCdoB), Daiana Santos (PCdoB), Karen Santos (PSOL), Laura Sito (PT) e Matheus Gomes (PSOL) já protestaram contra o mesmo trecho do hino.
Por causa de algumas regras, atitudes como essa são proibidas e à eles podem ser aplicadas medidas disciplinares.
Instituições como a UFRGS já não toca mais o hino desde 2018 como protesto. Eles afirmam que não é obrigatório em instituições federais.