Entenda o fenômeno das demissões exibido em uma pesquisa
Uma análise mediu entradas e saídas de funcionários em 862 empresas no Brasil que, juntas, somam 1 milhão de funcionários. A Pesquisa de Remuneração Total da Mercer, atenta que o nível executivo tenha tido demissões involuntárias de 10%, acima dos 4% de 2019.
Os organizadores do estudo apontam que esse movimento de demissões acontece em meio a uma busca maior das empresas por líderes com novos perfis. A procura é de funcionários mais diversos, empáticos, que consigam repensar o modelo de negócios e tenham familiaridade com avanços tecnológicos.
A revista Valor Econômico, em sua matéria sobre o estudo, também tece um comentário acerca das demissões: “Enquanto o nível executivo é o mais desligado das empresas, os profissionais analistas e especialistas são os que mais estão pedindo demissão.”
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O que muda diante de tantas demissões?
Gabriel Navarro, Managing Partner na Havik Executive Search – Cornerstone Brasil, comenta que a pesquisa acerca das demissões no campo de trabalho é interessante, pois reforça o olhar para o movimento de mudanças permanentes vivenciado atualmente. Navarro explica que os perfis com maior “adaptabilidade” se encaixam melhor nessa “Terra 2”.
Ele conta que modelos antigos de trabalho vem perdendo espaço. Assim, há uma construção de equipes com maior diversidade, pois estas têm apresentado melhores resultados.
Navarro também menciona o embate entre gerações que muitas empresas podem enfrentar acerca de como aliar o pensamento disruptivo das novas gerações com a resiliência, constância e disciplina das gerações pregressas.
“Ao final, todos querem ter sucesso e estão tentando descobrir a porção ideal de cada ingrediente na composição da fórmula, a fim de criar a cultura mais aderente aos seus coletivos”, ele conclui.
Léo Kaufmann, Head da RH Summit, também publicou no Linkedin acerca da pesquisa. Portanto, ele pontuou insights sobre dois pontos. Primeiramente, sobre os principais motivos de demissão voluntária.
Entre eles, destacou porcentagens de:
- 77% Salário atual ou aumento maior em outra empresa;
- 55% Motivos pessoais;
- 40% Sair para uma função diferente no mesmo setor;
- 36% Esgotamento e/ou exaustão;
- 31% Desacordo entre o trabalho flexível desejado e a política da empresa;
- 28% Sair para um setor diferente;
- 25% Melhores benefícios em outra empresa;
- 23% Aposentadoria;
- 18% Insatisfação ou desacordo com a cultura e as políticas da empresa;
- 16% Realocações.
Kaufmann também ressaltou na publicação os principais incentivos para atrair e reter os funcionários:
- 47% Oferecer salário acima do mercado;
- 38% Oferecer bônus de retenção;
- 33% Implementar ou aumentar os prêmios de reconhecimento;
- 22% Aumentar as metas ou pagamentos de incentivos existentes;
- 19% Implementar novos planos de incentivo;
- 7% Implementar novos subsídios ou pré-requisitos.