A pandemia causada pelo vírus da covid-19, somente no Brasil, causou cerca de 700 mil vítimas fatais. Estima-se que a média de 34,8 a 42 milhões de brasileiros foram infectados pelo “novo” vírus que iniciou uma corrida mundial de vacinas para que a doença fosse contida.
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Uma das causas do grande número de mortes em território brasileiro foi o fato do atraso nas compras das vacinas, as vítimas em sua maioria eram (e são) pessoas negras e pobres. A corrupção durante a pandemia gerou até uma CPI no senado para que as ações e omissões do governo fossem investigadas, e posteriormente, responsabilizadas.
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima em uma pesquisa recente que a população geral do Brasil é de 60 milhões de cidadãos, portanto, o número de pessoas infectadas e o número de vítimas fatais superam a porcentagem de 50% da população.
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Contudo, uma parte da população conseguiu passar ilesa pelo vírus causador da pandemia. Na publicação do dia 13 de outubro da revista científica “Nature Medicine” os pesquisadores apontam uma reação imunológica mais forte após as duas doses da vacina serem tomadas, essa reação é devido a um gene.
O HLA-DQB1*06 é uma variação do gene HLA (originalmente “Human Leukocyte Antigen”), e foram as pessoas que possuem esse gene em seu sistema imunológico que obtiveram a resposta de anticorpo mais alta se comparadas aquelas que não tem o gene citado.
⅖ da população do Reino Unido têm o HLA-DQB1*06, os cientistas concluíram que, após a vacinação, essas pessoas tornaram-se menos propensas a serem infectadas pelo vírus SARS-CoV-2, isto é, o vírus que transmite a Covid-19.
Existem as proteínas produzidas a partir de vírus e bactérias e existem as proteínas produzidas pelo nosso próprio corpo, o gene HLA ajuda o sistema imune na distinção dessas proteínas.
A pesquisa evidencia a possibilidade dos fatores genéticos respondem de maneiras diferentes em pessoas diferentes frente às vacinas contra a covid-19.
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O pesquisador-chefe do estudo de medicina genômica, Julian Knight, comunicou que é necessário um trabalho de maior amplitude para que se tenha uma melhor compreensão do que significa de fato essa associação.
Ele diz ainda que, com mais estudos será possível identificar o que essa variante genética pode dizer sobre como se dá a eficiência na imunidade e como continuar evoluindo nas vacinas para todas as pessoas.
As 1.190 amostras de DNA que foram analisadas pelos cientistas os levaram a conclusão de que as respostas mais altas eram alcançadas após 28 dias da primeira dose da vacina por aqueles portadores do gene HLA-DQB1*06.
A observação de um ano e quatro meses deu a descoberta de que o gene citado estava em média em uma a cada três pessoas com sintomas da covid, e em 46% daqueles que nunca o relataram.
Para além desta pesquisa, outros países seguem tentando entender sobre a influência da genética quando relacionada ao vírus da covid-19.
Um estudo com idosos a partir de 90 anos está sendo feito no Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), estes participantes do estudo são aqueles que se recuperaram da doença e que permaneceram assintomáticos ou com leves sintomas após o diagnóstico do vírus da covid-19.
Este estudo apontou que, aqueles que apresentavam mais quantidades de variantes do gene MUC22 eram aqueles que, respectivamente, apresentaram pouco ou nenhum sintoma. Por fim, foi identificado ainda que a maior quantidade do gene HLA-DBO pode relacionar-se com o agravamento da infecção.
Este gene pode interferir na passagem de antígenos do vírus para a superfície celular, alterando assim a eficiência do sistema imune da identificação dos antígenos, provocando então uma resposta a ele. Em sua maioria, esses genes são identificados em pessoas africanas e sul americanas.