Investigação de abuso em Gravataí: psicólogo é suspeito de estuprar duas adolescentes
Duas meninas de 11 e 12 anos relataram à Polícia Civil, ao lado de seus responsáveis, abusos durante atendimento gratuito realizado em uma igreja.
Nesta segunda-feira (24), um psicólogo de 75 anos foi preso temporariamente em Gravataí, na Região Metropolitana. Ele é suspeito de estuprar duas adolescentes durante consultas, ambas são menores de idade. Os atendimentos eram realizados de forma gratuita, junto a uma igreja.
Foi cumprido um mandado de busca e apreensão e de prisão preventiva, segundo a DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) de Gravataí. O suspeito foi detido e levado para reconhecimento de uma das vítimas. Entretanto, prestou depoimento na presença de um advogado e foi liberado em seguida.
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Fernanda Generali, delegada que investiga o caso, explica que uma menina de 12 anos buscou a delegacia em junho. Ela disse ter sido abusada durante uma consulta psicológica e foi encaminhada para a perícia, que comprovou o crime, abrindo um inquérito.
Outra adolescente de 11 anos procurou a polícia no mês seguinte e registrou boletim de ocorrência relatando ter sido vítima do psicólogo, contando que os abusos aconteciam durante o atendimento na igreja. A menina não soube confirmar se era o mesmo psicólogo da primeira vítima, porém o crime foi comprovado ao realizar a perícia.
A delegada conta que os relatos semelhantes levaram à prisão do psicólogo:
“Pedimos ao Judiciário a prisão temporária do psicólogo. Não sabíamos se mais de um profissional fazia o atendimento no local e precisávamos do reconhecimento.”
A adolescente reconheceu o profissional que tem registro ativo da profissão. Funcionários da igreja já foram ouvidos e agora as investigações continuam. A DEAM solicita que eventuais outras vítimas procurem a polícia e o departamento. A delegacia pode ser contatada através do telefone (51) 3945-2711.
Nota do CRP-RS
Em nota, o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRPRS) divulga que: “tomou ciência de investigação policial que apura possível violência sexual cometida por psicólogo durante seu exercício profissional.
Desde o conhecimento do fato, este conselho profissional se colocou à disposição da Polícia Civil para análise da situação e providências cabíveis, observando-se a competência legal de cada órgão. Ressaltamos o compromisso do Sistema Conselhos de Psicologia com a promoção dos direitos humanos e com a eliminação de quaisquer formas de violência, opressão e exploração.”
O CRPRS informa que serão tomadas todas as medidas “previstas regimentalmente se identificadas situações de violência no âmbito do exercício profissional, além dos encaminhamentos legais que já estão sendo realizados pela Polícia Civil para apuração dos possíveis crimes.”
Em caso de dúvidas ou denúncias, o CRPRS recomenda que a categoria e a sociedade entrem em contato com sua equipe técnica através do e-mail orientec@crprs.org.br.