Alimentos e bebidas contendo muito açúcar são os “principais culpados” da perda de memória, bem como alerta o nutricionista Rory Batt. Uma pesquisa da Alzheimer’s Research UK ainda aponta como reduzir o risco de demência. Entenda:
A demência é uma síndrome que pode parecer inevitável, entretanto, uma pesquisa aponta que a depender das decisões de seu estilo de vida, o ser humano tende a colher resultados negativos. Ao beber refrigerantes e ao ingerir outros alimentos açucarados, o nutricionista alerta que estes itens são as principais causas da perda de memória.
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Batt afirma que um dos mecanismos da demência é, na verdade, um metabolismo alterado do açúcar no cérebro:
“Assim como na diabetes, onde as células podem se tornar resistentes às ações da insulina, o cérebro também pode fazer o mesmo.”
Doenças como o Alzheimer há foram algumas vezes chamadas de “diabetes tipo 3” e o nutricionista explica que isso se deve à resistência à insulina, que “ocorre dentro do cérebro que altera seu metabolismo e, portanto, a maneira como processa a memória”
A pesquisa, que exibe que a ingestão de bebidas açucaradas relaciona-se a um risco aumentado da doença de Alzheimer, foi apresentada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer. Não importa como se deu a ingestão do açúcar, através de bolos, doces ou refrigerantes, os que mais consumiram alimentos açucarados tiveram o maior risco de desenvolver a doença.
O diretor de política e pesquisa da entidade filantrópica Alzheimer’s Society, Doug Brown, afirmou que a demência é responsável pelas maiores mortes do século 21, pois a cada três minutos, uma pessoa desenvolve a doença de Alzheimer.
A pesquisa ainda identificou que muito açúcar está ligado ao diabetes tipo 2, sendo um fator de risco para a demência. O estudo põe em evidência que o excesso de açúcar pode aumentar o risco de desenvolver o Alzheimer, além de que todos os tipos de açúcar têm o mesmo impacto, desde sucos feitos de frutas até a bebida limonada.
Batt atestou que o açúcar é extremamente inflamatório e pode provocar neuroinflamação (inflamação do cérebro): “Ter células imunes hiperativas no cérebro devido à inflamação pode interferir na sinalização adequada e causar alguns distúrbios no processamento cognitivo, incluindo a deficiência da memória”.
Com a redução do consumo de bolos, doces e refrigerantes, além de comer com uma dieta equilibrada e equilibrada, “seremos capazes de reduzir nosso risco de desenvolver demência mais tarde na vida”, bem como acrescenta o nutricionista.
Em uma conversa com o Express.co.uk em Agosto, a doutora Sara Imarisio falou sobre o problema de causa e efeito:
“A explicação de Batt expõe que é difícil separar o impacto de decisões alimentares específicas de outros fatores que podem afetar o risco de demência.”.
Sara é chefe de pesquisa da Alzheimer’s Research UK e afirma que ainda não se sabe o quanto a escolha de qualquer bebida pode afetar o desenvolvimento de doenças, como a de Alzheimer por exemplo.
Imarisio explica que sucos, refrigerantes e a adição de quantidades excessivas de açúcar a bebidas quentes também foram associados a um risco aumentado de demência em alguns estudos, devido ao efeito que o açúcar tem no aumento da probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
Qualquer atenção e cuidado com nosso corpo e também com nosso sistema imunológico se faz um ato proveitoso, pois, a cada mudança de hábitos alimentares, proporcionamos pontos positivos ao nosso bem maior, o próprio corpo.
Um quadro da Alzheimer’s Research UK mostra alguns hábitos que nos ajudam a reduzir o risco da demência, entre eles estão:
- A prática de exercícios físicos diários através de atividades aeróbicas, como andar de bicicleta ou caminhada;
- Realizar uma dieta balanceada de frutas, verduras, fibras e proteínas;
- Ter/estar com um peso saudável de acordo com o parâmetro mundial;
- Fazer pouco consumo do álcool, mantendo um número de ingestão menor que 14 doses por semana;
- Controlar o nível de glicose, especialmente em caso de diabetes;
- Reduzir o nível de colesterol no sangue;
- Parar de fumar;
- Controlar nível de pressão no sangue.
Ademais, Batt também propõe que devemos evitar o consumo exagerado de alimentos fritos, como batatas fritas, batatas fritas e assados com óleos vegetais (colza (canola), soja, girassol e milho), pois contêm muitos ácidos graxos Ômega-6, que são inflamatórios. Entretanto, ele alerta que apenas quando consumidos na ausência de seus equivalentes Ômega-3.
Quando há muito Ômega-6 na dieta em detrimento ao Ômega-3, esta condição pode alterar o revestimento estrutural das células no cérebro e ainda pode causar alterações na forma como ele se comunica.
“Quando óleos ricos em Ômega-6 são utilizados em frituras, eles sofrem peroxidação, uma mudança química que os torna muito inflamatórios e prejudiciais às células.”, afirma o nutricionista.
Desta forma, as células danificadas não conseguem se comunicar proporcionando a alterações na sinalização neuroquímica envolvida na memória.