SUS perde bilhões por ano, dinheiro pode ser investido em tecnologia
Com economia em papéis, governo poderia investir na qualidade de atendimento oferecida ao cidadão
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Cerca de 150 milhões de brasileiros dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), desde consulta médica, passando pela realização de cirurgias, até a entrega de remédios fornecidos gratuitamente à população.
O SUS é um dos projetos de oferta à saúde pública mais completos do mundo, reconhecido internacionalmente como fonte de pesquisas. Contudo, os custos para garantir atendimento de qualidade aos brasileiros é bem significativo. Por exemplo, para 2022, está previsto um orçamento de R$ 160,4 bilhões.
Parte dos gastos do SUS surgem de materiais de escritório. Principalmente receitas e prontuários. Estes gastos podem ser evitados a partir da adoção de novas tecnologias que, além de facilitar o atendimento, ajudam na economia de uma unidade de saúde.
Apesar de algumas unidades informatizadas pelo país, ainda é preciso aperfeiçoamento
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Mais do que o que precisa ser gasto para melhoria da saúde pública é saber com o que exatamente se está tendo despesa. De acordo com estudo feito pelo Banco Mundial, cerca de 30% do que é gasto no SUS é desperdiçado. Por exemplo, até hoje há um problema para a informatização de todas as unidades das unidades.
Em 2017, o Ministério da Saúde lançou um edital para digitalização de 100% das unidades do SUS ao custo inicial de 1,5 bilhão por ano, chegando a R$ 3,4 bilhões. Na época, 64% dos postos não tinham sequer um computador.

Em 2020, apenas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) das Regiões Sul e Sudeste do país têm acesso à internet e a um computador. Isso de acordo com uma pesquisa feita pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
Mais de 10 mil unidades não tem um prontuário eletrônico
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O estudo acima também mostra que 78% dos postos não têm acesso a sistemas de prontuários eletrônicos, por exemplo, o que poderia provocar uma redução de custos com papéis e com espaço.
Como é feita a implantação de novas tecnologias no SUS?
Diferente de algumas empresas privadas, para a aquisição ou implantação de novos dispositivos e tecnologias, no poder público é necessário passar por um longo processo de licitação.. Um deles, inclusive, é saber se o próprio governo terá condições de arcar com os custos. Estas ações são realizadas pelo programa Avaliação das Tecnologias em Saúde (ATS).
A ATS é funciona por meio de evidências científicas que analisam questões como:
• Essa tecnologia funciona?
• Quais os benefícios que ela proporciona? E pra quem?
• A tecnologia funciona naquele contexto de saúde em que determinada instituição se encontra?
Por conta disso, quando pensamos na Digitalização do SUS, é preciso ter cuidado. Se por um lado, algumas clínicas particulares já conseguiram ter uma redução em cerca de 80% nas despesas com impressão de exames. Isso sem contar o aumento da produtividade.
No entanto, ainda existem mais de 35 milhões de pessoas que não têm acesso a internet no Brasil, e que ficariam excluídas – ou no mínimo teriam mais limitações – para acessar os seus prontuários, consultas e exames.
Então, sim, é possível digitalizar as UBS e unidades mais complexas do SUS, tanto que é algo já que vem sendo feito. Mas, para concluir esse processo de forma orgânica, são necessários recursos para compra de equipamentos e a prestação de um serviço de qualidade e infraestrutura para para se acessar aos sistemas. A informatização precisa ser benéfica para todos!